João
Ozorio de Melo, correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados
Unidos, publica hoje os números de um estudo da
Faculdade de Direito da Universidade de Michigan, que revela as
semelhanças entre a realizade e o documentário Making a Murderer, da Netflix,
que conta a história de um homem que passou quase duas décadas na prisão por um
crime que não cometeu.
Registros
de 29 dos 50 estados norte-americanos (o que autoriza a pensar em valores
dobrados) mostram que, só no ano passado, foram libertadas 149 pessoas
inocentes acusadas de crimes graves, mantidas presas por meses, anos ou
décadas.
Cinco
destas pessoas estavam condenadas à morte. Mais de um terço (58) tinham sido
injustamente condenados por homicídio: 40, mais de dois terços, negros, latinos
e de origem indígena ou asiática).
Em
quase metade – 65 casos – a libertação
de inocentes se deu por comprovada a má
conduta de autoridades policiais (incluindo investigadores/detetives e chefes
de Polícia) e de promotores. E a “delação premiada” é apontada como fonte de
boa parte destas injustiças:
–
Eles preferem se declarar culpados, fazer um acordo para garantir uma pena mais
leve, do que passar muito tempo, talvez mais de um ano, na prisão, aguardando
julgamento. O julgamento sempre é um risco, porque a pena, para quem se recusou
a fazer acordo, é maior, diz o promotor
Inger Chandler, de Harris, Texas.
Lá,
os promotores estão assustados e trabalhando para reduzir estes casos absurdos
enquanto os nossos aqui reclamam redução de recursos, antecipações de pena e
praticam, sem o menor pudor, linchamentos morais.
Não
é de espantar: quando se encara o exercício da Justiça como vingança, é natural
que este seja tão cego, odioso e irracional quanto ela é.
http://tijolaco.com.br/blog/os-infaliveis-os-eua-e-a-prisao-ate-com-sentenca-de-morte-de-inocentes/
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