Os Beatles foram decisivos em minha vida. Eu havia
estudado violão clássico e era admirador incondicional do violonista Dilermando
Reis, imortalizado por sua interpretação da música Abismo de Rosas. Meu cantor
preferido era Moacir Franco que, aliás, eu acho que foi a voz mais bonita e
melodiosa do Brasil, mas que hoje é apenas conhecido como sendo o intérprete do
personagem Jeca Gay do programa do SBT, A Praça é Nossa.
Apesar do meu pendor para a música, nunca havia pensado em
tocar profissionalmente. Até que um dia eu escutei as primeiras músicas dos
Beatles e decidi que era aquilo que eu queria fazer até onde o meu corpo
ajudasse e minhas pernas não cansassem. Fui me interessando pela vida de cada
um dos quatro músicos de Liverpool e logo fiquei fascinado pela personalidade
John Lennon, até mesmo pelo fato dele ter se dedicado às causas pacifistas ao
lado de Yoko, principalmente pedindo o fim da Guerra do Vietnã, na música Give
Peace a Chance. Tanto assim que passou a ser considerado "inimigo do
Estado" pelo então presidente dos EUA Richard Nixon, que o tentou deportar
do país.
Infelizmente
ele teve sua carreira interrompida em 8 de dezembro de 1980, quando Mark David
Chapman, após pedir para Lennon autografar um disco, lhe deu um tiro, na frente
do apartamento onde o cantor morava. John Lennon morria e virava uma lenda, aos
40 anos. O mito em torno do menino de Liverpool que acreditava que podia mudar
o mundo com seu talento só cresceu, e na data de hoje fãs de todo o mundo
celebram os 75 anos de seu nascimento.
Sempre
fui avesso às idolatrias, mas devo confessar que dele eu não abro mão; John
Lennon foi meu grande ídolo na área musical.
Na
verdade, além dele eu tive um outro ídolo em minha adolescência: Che Guevara. E
por uma estranha coincidência, o dia 09 de Outubro que é a data do nascimento
de um (John Lennon), coincide justamente com o dia do assassinato do outro (Che
Guevara).
Jorge André Irion Jobim
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