Um minúsculo erro no
material genético de uma célula basta para o surgimento de um tumor. Apenas
raramente esses erros são hereditários
Por Deutsche Welle
O câncer se origina em
alterações do DNA das células, as chamadas mutações.
Por Brigitte Osterath
As causas do câncer estão
relacionadas ao acúmulo gradual de danos celulares irreversíveis. O câncer tem
origem nas alterações da estrutura genética (DNA) das células, as chamadas
mutações. Apenas raramente eles são herdados dos pais e, portanto, a maioria
dos casos de câncer surge no decorrer da vida.
Teoricamente, qualquer uma
das nossas cerca de 100 trilhões de células do corpo pode, em algum momento, se
degenerar, quer dizer, uma célula saudável e funcional pode ser transformar em
uma célula cancerosa.
O que desencadeia o câncer
Radiação ultravioleta, raios
X, substâncias cancerígenas, entre outros, podem levar a erros no material
genético. Entre os agentes cancerígenos está, por exemplo, o benzopireno, um
hidrocarboneto que surge em uma combustão e é absorvido em grandes quantidades
particularmente por fumantes.
O benzopireno cria no corpo
uma substância que se vincula quimicamente ao DNA e, assim, altera a sua
estrutura. Isso afeta a divisão celular e favorece o surgimento das mutações.
Quanto maior a duração do consumo de tabaco, mais substâncias cancerígenas
serão absorvidas pelo fumante e, assim, maior será o risco de que essas
substâncias, em algum momento da vida, causem um erro permanente no material
genético.
A probabilidade de ocorrerem
mutações aumenta também com o passar do tempo, simplesmente porque, com a idade
avançada, o corpo trabalha de forma menos confiável. Assim, facilmente podem
vir a ocorrer erros durante o processo de divisão celular.
Pequenas falhas, grandes
consequências
Um único erro no material
genético pode fazer com que o corpo não consiga mais produzir corretamente uma
proteína importante. Possivelmente a alteração na produção da substância é
pequena, mas o corpo não funciona mais da maneira como deveria.
Essas alterações no material
genético são especialmente devastadoras quando afetam os genes e, com isso, as
proteínas que controlam o crescimento das células. Assim, em certas
circunstâncias, o ciclo celular é colocado em risco: a célula se degenera.
Tumores benignos e malignos
As células com material
genético alterado podem se transformar em células cancerosas. Sem motivo, elas
crescem e se dividem de forma descontrolada. Quando a proliferação das células
ocorre em um local fixo do corpo, trata-se de um tumor benigno, que pode ser
removido facilmente por meio de uma cirurgia.
Porém, quando algumas
células se separam do tumor, fixam-se a outras partes do corpo e continuam se
multiplicando, isso caracteriza um tumor maligno. Os recém-formados cancros
levam à formação de novos vasos sanguíneos em torno deles. Assim, o tumor tem acesso
a nutrientes e pode também crescer em partes mais remotas do corpo.
Proteção contra tumores
Felizmente, a natureza se
preveniu. Como erros em células individuais são inevitáveis em um sistema tão
complexo, o corpo tem mecanismos de reparação. Entre eles estão, por exemplo,
proteínas que examinam e corrigem o DNA constantemente. Outras proteínas
destroem células danificadas que poderiam se transformar em células cancerosas.
Só que esses mecanismos de
proteção também podem falhar – por exemplo, quando há um erro na estrutura do
DNA dos próprios "vigilantes do câncer" e, assim, as células não
conseguem mais cumprir sua tarefa de forma eficiente.
Em outros casos, as
proteínas estão simplesmente sobrecarregadas e não percebem uma mutação. Assim,
o câncer consegue seguir o seu curso. A eficiência desses mecanismos de
reparação celular varia de pessoa para pessoa.
Fonte: Carta Capital
http://www.cartacapital.com.br/saude/entenda-como-o-cancer-se-desenvolve-7271.html?utm_content=bufferc45b8&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer
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