O sistema capitalista vive de tirar vantagem de tudo.
Acontece que em um estado democrático e minimamente defensor das leis, alguns
direitos adquiridos e consolidados ao longo do tempo acabam servindo de
obstáculos aos desígnios de ganhos desmedidos do sistema. Assim sendo, a melhor
maneira de derrubá-los é criar um clima de terror generalizado e para tanto
contam sempre com o auxílio de boa parte da grande mídia, já que esta também se
alimenta do nefasto sistema.
Começa então um trabalho exaustivo por parte destes
segmentos unidos, com o objetivo de resgatar a lei do cão com o claro objetivo
de submeter pessoas e populações inteiras.
Corporações
na sua senda de buscar cada vez mais lucros, uma vez tendo divisado uma forma
de ganhar mais que esbarre em alguma lei local, tratam logo de manipular
políticos que irão lutar para tornar legal aquilo que anteriormente era ilegal.
É o caso, por exemplo, da contratação de mão de obra por preços irrisórios,
sempre disfarçada sob a denominação de “flexibilização dos direitos
trabalhistas”.
A classe mais aquinhoada, temerosa de perder seus
privilégios não quer ouvir falar de função social da propriedade, dos contratos
ou das empresas. Quer é assegurar para si todas as benesses possíveis. E como
políticas de inclusão social derrubam muros e abrem portas para que mais
pessoas das periferias adentrem em universidades e tenham melhores condições de
vida, passando também a ampliar seus desejos, isso não agrada aquelas minorias
que sempre ocuparam sozinhas os melhores espaços da sociedade.
Só há uma saída contra esta malta: a mão de ferro da
repressão. Tentam criar então um clima de medo e insegurança de modo a
justificar formas de repressão mais duras. Depois usam estes momentos de
comoção artificialmente criados para fazerem com que as pessoas se desesperem,
saiam dos limites da razão e acabem legitimando suas próprias crucificações.
É forjada uma espécie de sociedade do medo para que se
abra espaço para o estado repressor. Diante do pânico, brota na população uma
ânsia de controlar tudo aquilo que parece fugir da ordem posta e das regras da
normalidade. Sucumbindo ao medo, ela dará legitimidade a leis que implantam o
retrocesso e que dariam inveja aos mais duros regimes ditatoriais de nossa
história.
Infelizmente
é assim. E no momento em que alguém abraça o capitalismo selvagem, esquece do
sofrimento de milhões de pessoas que não restarão protegidos pelo desprezível
sistema. Já é hora de navegarmos em busca de novos horizontes onde encontremos
mais justiça social e humanidade.
Jorge
André Irion Jobim
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