Visão
estreita a destas pessoas que ficam tentando diminuir a importância dos
programas de inclusão social, esquecendo que até mesmo o capitalismo que eles
tanto defendem, somente se fortalecerá se houver redistribuição de renda.
Nossas
elites, sempre fazendo questão de demonstrar que continuam conservadoras e
discriminatórias, não mudam suas idéias a não ser quando é para garantir que
nada mude. Mudanças por aqui só ocorrem rapidamente quando visam manter o status
quo neocolonial do Brasil.
Basta
observarmos os trabalhos desenvolvidos no Congresso Nacional e no próprio Poder
Judiciário e nos defrontaremos com a triste realidade que é a dificuldade de
aprovarmos ou aplicarmos qualquer lei que ponha fim aos privilégios e
estruturas iníquas mantenedoras deste sistema excludente.
As
classes que sempre freqüentaram os estamentos mais elevados de nossa pirâmide
social usufruindo todas as suas benesses, querem pobres comportados que façam o
seu papel de carregar o sistema nas costas sem se rebelarem, sem se atreverem a
sonhar a sair dos guetos a eles reservados. Enquanto eles estiverem preocupados
em pagar religiosamente suas contas no final do mês, não terão tempo para
pensar e se defrontarem com a triste situação a que foram relegados e nem
energia para tentarem esboçar qualquer tipo de reação mais organizada.
“Vamos
manter essa massa inculta no cabresto”, é o que querem dizer as classes mais
abastadas, aquelas mesmas que sempre freqüentaram a casa grande e que se recusam
a abandoná-la. Ah, e que eles se mantenham limpos e asseados para que nossas
cidades conservem sempre um aspecto de assepsia.
Apesar
do fato de que já existem riquezas demais acumuladas, principalmente em um país
rico como o Brasil, eles que não se atrevam a desejar mais do que aquelas
insignificâncias que lhes permitem usufruir. Eles que se mantenham covardes
diante do aparato repressivo do estado e se acostumem com a mediocridade de
suas vidas. Se querem ser um gigante, que o sejam, mas sejam um gigante
domesticado, sempre fazendo exercícios de genuflexão perante seus senhores.
Vivemos
em um mundo em que as regras do jogo estão viciadas. O sistema atual faz com
que os ricos fiquem mais ricos e os pobres cada vez tenham de trabalhar mais
para obterem algumas migalhas e poderem continuar sobrevivendo.
Antevejo
um caminho longo e tortuoso para que mudemos tais mentalidades.
Jorge André Irion Jobim.
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