terça-feira, 24 de novembro de 2009

COMUNIDADES QUILOMBOLAS. CAFUNDÓ E BROTAS

Bonecas de fabricação dos quilombolas

Tambores utilizados nas danças

Casa de pau-a-pique. Preservação das primeiras habitações.

Será assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Salvador, o decreto de reconhecimento como áreas de interesse social das comunidades quilombolas de Cafundó, no município de Salto de Pirapora )SP) e Brotas, no município de Itatiba (SP).

A Agência Brasil informa que, com a assinatura dos decretos, será possível dar início aos processos judiciais de desapropriação dos imóveis, permitindo com que as famílias quilombolas, futuramente, recebam o título coletivo de domínio definitivo de suas terras.

A partir da obtenção do título coletivo da terra, programas como o Bolsa Família, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) poderão ser implementados nas áreas quilombolas.

Cafundó tem uma população que varia entre 60 e 80 pessoas, descendentes das famílias Almeida Caetano e Pires Cardoso, originárias das escravas Antonia e Ifigênia. Sobrevivem da plantação de milho, feijão e mandioca e criam galinhas e porcos, em pequena escala, apenas para atender parte das necessidades de subsistência. Fora da terra, os remanescentes de quilombo do Cafundó trabalham como diaristas, boias-frias e, no caso das mulheres, como empregadas domésticas.

A cupópia, língua falada ainda hoje por alguns moradores da comunidade Cafundó, nasceu no século XIX, no Caxambu, bairro rural do município de Sarapuí – SP, onde uma comunidade negra costumava usar uma fala com um vocabulário de origem africana. “É uma soma de línguas africanas, já que os escravos tinham várias procedências. Mas a língua aconteceu aqui no Brasil, a estrutura dela, a estrutura de frase, é da língua portuguesa”, explica Sílvio de Andrade Filho, que pesquisa a língua desde 1988.

No início do século XX a cupópia foi transportada para a comunidade vizinha, o Cafundó, bairro rural do município de Salto de Pirapora – SP. Por algum tempo, ainda no começo do século XX, as duas comunidades falavam a língua. Hoje, Caxambu não existe mais, e os descentes de seus habitantes se espalharam pelas cidades vizinhas. E, se no início da pesquisa de Andrade Filho já eram poucos os falantes, cerca de onze, hoje eles se resumem aos três bisnetos dos escravos Ricarda e Joaquim Congo, fundadores da comunidade.

Já a comunidade de Brotas, onde vivem 32 famílias, terá reconhecida uma área de 12 hectares.

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS

Quem quiser conhecer melhor a comunidade de Cafundó, é só acessar o saite:




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