sexta-feira, 11 de setembro de 2009

IMPEACHMENT. HERÓIS E VILÕES

REINO DE ATAVUS
Parcialidade à vista. Ao abrir os jornais do dia 11 de Setembro de 2.009, leio um editorial onde manifestam o entendimento de que o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius, representa algo de grave para o Estado do Rio Grande do Sul e que o processo visando seu afastamento é extemporâneo e representará apenas mais uma tribuna de discussões partidárias. Que haverá um desgaste natural que tais escândalos provocam e que o Rio Grande assistirá a debates sem grandeza e a tentativas de obter ganhos eleitorais, não havendo portanto, sentido para um processo de tal natureza neste momento. Ainda falam no viés político-partidário e no interesse eleitoral por parte de quem está propondo o impeachment.

Os mesmos que assim se manifestam em relação ao governo Yeda Crusius, se esquecem que nos últimos oito anos, a qualquer boato ou ao mínimo indício da prática de ilícito por parte de um membro do governo Lula, ainda que daqueles mais obscuros e pertencente aos escalões mais periféricos da administração, já clamavam imediatamente por CPIs e processos de impeachment do atual presidente. Não o pouparam um segundo qualquer, ainda que ele estivesse no auge de sua popularidade ou que estivesse governando de acordo com os sonhos da classe média. Naqueles momentos, os debates tinham grandeza e eram importantes para moralizar o Brasil. Ontem, Roberto Jefferson era herói; hoje, Lair Ferst é um grande vilão.

Como não conseguiram seu intento, apelaram para uma outra arma muito utilizada pela imprensa: ridicularizaram-no espalhando notícias de um eventual alcoolismo e, no auge da crise, utilizando-se de algumas frases folclóricas e outras figuras de linguagem típicas do presidente como foi aquela da “marolinha”. Não o pouparam nem no momento do auge da crise econômica mundial, tendo depois, que calar a boca, eis que ele soube capitanear bem esse imenso barco que é o Brasil, evitando que ele ficasse à deriva.

Infelizmente os nossos pseudo-intelectuais da imprensa, ainda não conseguiram engolir o fato de serem presididos por um ex-metalúrgico que nem sequer curso superior possui, como se com isso, ele fosse ser erigido à condição de um deus, e passasse a ser depositário de todas as virtudes do mundo.

Como anarquista assumido, embora tenha minhas simpatias, não pertenço a nenhum partido. Acontece que não posso deixar passar em branco a hipocrisia de uma imprensa que se diz imparcial e isenta, mas que acaba sendo desmentida pela contradição de seus próprios atos e palavras.

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
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