"As
agressões do ocupante sionista que vêm ocorrendo neste mês são episódios
continuados da Nakba, palavra árabe que significa tragédia, para designar os
eventos sinistros que se sucederam após a fundação do chamado estado judeu de
Israel, em 15 de maio de 1949"
Estamos
assistindo estarrecidos a escalada de violência, bombardeios com destruição e
mortes por parte de Israel nos territórios palestinos ocupados. As agressões do
ocupante sionista que vêm ocorrendo neste mês são episódios continuados da
Nakba, palavra árabe que significa tragédia, para designar os eventos sinistros
que se sucederam após a fundação do chamado estado judeu de Israel, em 15 de
maio de 1949.
Nos
dias que se seguiram ao anúncio da criação do “estado judeu”, mais de 700 mil
palestinos foram expulsos de suas casas, mais de 200 vilarejos foram ocupados,
saqueados e destruídos e inúmeras cidades esvaziadas.
Quando
a primeira Nakba foi concluída pelas forças sionistas, o novo estado de Israel
compreendia 78% da Palestina histórica, restando apenas a Cisjordânia,
incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, que estavam sob o controle da
Jordânia e do Egito, respectivamente. Na agressão de 1967, Israel avançou sobre
os 22% restantes e a colonização começou logo em seguida e não parou mais e o
seu objetivo final é a completa desenraização e destruição da Palestina.
É
gritante a simetria dos acontecimentos de 1948 com o que estamos assistindo
atualmente na cidade sagrada de Jerusalém, onde colonos judeus-sionistas de
extrema-direita, apoiados pelas forças militares da ocupação estão atacando o
Bairro Sheikh Jarrah, e praticando invasões, saques, incendiando terras
agrícolas, violência e apropriações ilegais de propriedades.
Uma
das cenas mais dantescas foi a dos colonos judeus-sionistas racistas atacando e
jogando bombas no interior da sala de oração lotada de palestinos na Mesquita
Al-Aqsa, um local sagrado para mais de 2 bilhões de muçulmanos em todo o mundo
e em pleno período do sagrado mês do Ramadã.
Nessa
situação de permanente agressões, o povo palestino não tem escolha a não ser
resistir à ocupação e as investidas opressivas contra a terra palestina, seu
povo, recursos e lugares sagrados. Porém, esperança dos palestinos na vitória
cresce a cada agressão. Já é possível notar que o equilíbrio de forças mudou.
Houve um dia em que o jovem palestino se defendia atirando pedras. Hoje,
responde ao inimigo lançando mísseis de precisão, como o Ayyash 250-K,
desenvolvidos e fabricados pela resistência graças a assistência do chamado
eixo da resistência, frente de luta anti-imperialista formado pelo Irã,
Hezbollah libanês, Síria e forças da resistência iraquiana.
Apesar
das diferenças de condições militares com a enorme superioridade israelense, o
inimigo sionista fica mais fraco a cada ano. Hoje sabe-se que o exército que se
apresentava como um “exército nunca derrotado”, não passa de um exército que
não verá mais a cor de vitória. Sobretudo após as experiências da Guerra dos 33
Dias no Líbano e das guerras recentes com enfrentamentos diretos da resistência
em Gaza.
Como
é notório, os crimes de Israel são acobertados pelos Estados Unidos, que lhes
fornecem apoio político, dinheiro e armas para matar palestinos. Nos Estados
Unidos entra governo e sai governo e a política em relação a Israel é sempre a
mesma. Após as recentes agressões o “democrata” Joe Biden, como fiel
representante do lobby judaico das armas e bancos, apressou-se em declarar que
Israel tem o direito de se defender. Certamente sugerindo que os palestinos não
têm o mesmo direito, porque para o imperialismo os palestinos não têm direito
algum.
No
entanto, e apesar das constantes agressões e violações de Israel e mesmo
sabendo que resistir ao imperialismo e ao sionismo tem um elevado custo do
ponto de vista humano, social e econômico, o povo palestino continua resistindo
bravamente para proteger suas terras e seus ancestrais. A luta por Jerusalém
será até a vitória definitiva, que é a conquista da Palestina Livre, do Rio ao
Mar.
O
povo palestino tem o direito legítimo de existir e de resistir a ocupação
sionista, ao apartheid e à limpeza ética, com todas as medidas e métodos
possíveis. É legítima a reação da resistência de Gaza, tendo à frente o
Movimento de Resistência Islâmica – HAMAS e a Jihad Islâmica diante das
agressões de Israel. Essa reação nada mais é do que a aplicação prática da
Carta das Nações Unidas e do direito internacional que asseguram os povos
oprimidos reagir por todos os meios. Assim foi no Vietnam, assim está sendo na
Palestina, na Síria, no Iraque e no Iêmen.
O
respeito à Justiça exige que se cumpra com o direito ao Estado palestino
totalmente soberano e independente, com Jerusalém sua capital eterna e
ecumênica. Só haverá paz quando estes preceitos forem atendidos, com o direito
de regresso dos refugiados, a compensação e a permanência de todos na terra
palestina, pondo fim a doença do sionismo que ceifou a vida, as terras, as
casas e os sonhos de milhões de homens e mulheres na Palestina.
Seria
louvável que as pessoas que se manifestaram estarrecidas nas redes sociais com
os crimes de ódio racista nos Estados Unidos e as manifestações do Black Lives
Matter (Vidas Negras Importam), e igualmente com a deplorável operação policial
na Favela do Jacarezinho, que resultou no assassinato de 28 pessoas,
observassem as muitas semelhanças entre o cotidiano das favelas do Rio de
Janeiro com a Palestina, por exemplo, na forma dos assassinatos, nas escolas
fechadas, no desemprego, no medo, nas invasões e demolições de casas, na
negação do direito de ir e vir, além de tantos outros problemas.
https://vermelho.org.br/2021/05/15/nakba-73-anos-de-resistencia-palestina-por-sayid-marcos-tenorio/

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