Com
medidas simples de controle, aliadas à tecnologia de ponta, o país desenvolve
uma vacina e já criou um remédio que conseguiu curar mais de 1.500 pacientes.
O
primeiro-ministro Cubano Manuel Marrero Cruz, o vice primeiro-ministro Roberto
Morales Ojeda e o dr. José Ángel Portal Miranda, ministro da Saúde Pública,
forneceram detalhes, no programa Mesa-Redonda, sobre medidas de prevenção e
controle que a população deve adotar, articulado com a administração do
governo, enfrentando a ameaça do Covid-19.
Quando
compareceu na segunda-feira, 9 de março, no programa de rádio e televisão
Mesa-Redonda, que ofereceu uma ampla explicação da estratégia de Cuba para a
prevenção e controle do novo coronavírus, que causa a doença denominada
Covid-19, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz deixou a garantia de que,
para o confronto a esta doença, é fundamental a estrutura multissetorial e
organizada do sistema nacional de saúde.
Acompanhado
no comparecimento do vice-primeiro-ministro Roberto Morales Ojeda, e pelo dr. José
Ángel Portal Miranda, ministro da Saúde Pública, Marrero explicou que, para
lidar com sucesso com essa situação, a Ilha possui, antes de tudo, uma equipe
que historicamente lidou com paixão e altruísmo em seus exercícios diários e
mais uma vez testará seu rigor profissional.
Outra
razão conclusiva, apontou, é que existe um povo com um caráter laborioso,
disciplinado e indomável, que todos os dias é capaz de superar os grandes
desafios e excessos criminais do governo dos Estados Unidos.
Essas
ideias foram constantes nas reflexões dos palestrantes e, principalmente, do
primeiro-ministro, que, ao definir a chave no enfrentamento desta doença, uma
tarefa inevitável e urgente, afirmou: essa batalha é vencida na rua, no nível
local, com o trabalho no bloco e na participação de todos.
Desse
modo, enfatizou um dos aspectos de primeira magnitude repetidos nos últimos
dias para enfrentar a ameaça representada pela rápida e ampla expansão
internacional do Covid-19, sem subestimar a posição de vanguarda das estruturas
básicas do sistema de saúde, como o consultório médico da família.
Também
insistiu que «o trabalho dos delegados (vereadores) do Poder Popular é vital
para alcançar uma participação ativa nessa luta em todos os cenários da vida
cotidiana».
AUMENTAR
A VIGILÂNCIA E O CONTROLE
Marrero
Cruz fez uma breve revisão das ações realizadas até agora para aumentar a
vigilância e o controle do novo coronavírus, em conformidade com as instruções
do general-de-exército Raúl Castro Ruz, primeiro secretário do Comitê Central
do Partido.
Significou
que, atualmente, o Covid-19 já está presente em mais de cem nações, os casos
relatados são mais de 109.000 e já matou mais de 3.811 pessoas no planeta.
Mencionou
o trabalho e as reuniões realizadas nos últimos dias nas três regiões do país e
com diferentes níveis de gestão, «exercício que permitiu o contato em primeira
mão com mais de 750 pessoas de várias responsabilidades, algo que enriquece,
atualiza e detalha, notavelmente, um plano que deve continuar sendo aperfeiçoado»,
enfatizou.
Reconheceu
a importância de fornecer informações ao povo.
«É
por isso que estamos aqui hoje, para oferecer a vocês o que está sendo feito
pelo governo para expandir e fortalecer as medidas nas frentes que são
reveladas como essenciais nesta luta».
«Com
o decorrer dos dias e as experiências acumuladas, estamos mais aptos a
atualizar o Plano com novos elementos e continuar a gestão do treinamento»,
disse o primeiro-ministro em outra parte de seu discurso, depois de informar
que recentemente decidiu-se adicionar os hospitais militares, exceto o Carlos
J. Finlay, às instalações já planejadas com antecedência para receber possíveis
pessoas afetadas pelo Covid-19.
Destacou
como um capítulo decisivo a atitude das autoridades chinesas na contenção do
vírus em seu país, para impedir uma maior disseminação, e ponderou o papel dos
médicos cubanos tanto no país asiático quanto em outros em que colaboram.
Reiterou
que Cuba está ao lado do governo e do povo chinês e mencionou a modesta
contribuição da medicina cubana através do uso do interferon alfa 2b, com
resultados comprovados.
«Pedimos
aos líderes que dessem total prioridade a essa batalha, sem esquecer os outros
importantes que temos alcançado, apesar da escalada do bloqueio e dos fortes
efeitos financeiros e de combustível».
NÃO
HÁ CASOS DE COVID-19 EM CUBA
Manuel
Marrero informou que até o momento a doença não foi introduzida em Cuba, nem
relatamos casos diagnosticados, mas explicou que não faria mal insistir que,
devido às características deste vírus, o fato de ele entrar no país seja
realmente um perigo potencial.
«As
possibilidades estão presentes, apesar de sermos uma nação organizada, que
tomou muitas precauções e possui um forte sistema de saúde», definiu, após
recomendar o cumprimento de um amplo grupo de conselhos da Organização Mundial
da Saúde.
Ressaltou
a importância de implementar e cumprir em todos os seus componentes com o Plano
Nacional explicado e, além disso, com disciplina, vinculando ativamente todas
as organizações, entidades e pessoas em geral.
O
primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, agradeceu à população por sua
compreensão e apoio e deixou clara sua confiança no esforço conjunto do povo e
do Governo.
No
final, disse: «Continuaremos trabalhando e tomando todas as medidas necessárias;
verificar o plano aprovado diariamente, controlá-lo, manter a população
informada e tomar as decisões correspondentes em cada caso».
«Dizemos
ao nosso povo que, tal como em outras batalhas, empreenderemos essa nova luta
com certeza de vitória».
O
QUE SAIBAMOS SOBRE O COVID-19 NUNCA SERÁ DEMAIS
Os
coronavírus são uma extensa família de vírus que podem causar doenças em
animais e humanos. Nas pessoas, sabe-se que vários deles causam infecções
respiratórias que podem variar do resfriado comum a doenças mais graves, como a
síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) e a síndrome respiratória aguda
grave (Sras). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença do
coronavírus Covid-19.
A
esse respeito, o dr. José Ángel Portal Miranda, ministro da Saúde Pública,
lembrou no programa de rádio-televisão Mesa-Redonda que os primeiros casos de
infecção por coronavírus apareceram no início de dezembro e no dia 31 do mesmo
mês, em Wuhan, na China, O governo do país asiático informou que a epidemia foi
apresentada em um conglomerado de 27 pessoas com uma condição respiratória
aguda e que estavam relacionadas a um mercado de animais, o que sugeria que a
disseminação poderia ocorrer de animais para pessoas.
Posteriormente,
a doença foi crescendo em vários pacientes que não tinham relação com o
mercado, dos quais foi comprovada a hipótese de disseminação de pessoa para
pessoa.
Ressaltou
que os coronavírus existem desde a década de 1970 e que já haviam afetado a
península arábica e a própria China em 2013.
Acrescentou
que agora estamos falando de um novo coronavírus, que nada mais é do que uma
nova cepa, que não havia sido encontrada antes em humanos, e é chamado
sars-CoV-2, que causa a doença de Covid-19.
Photo:
Estudio Revolución
Explicou
que os principais sintomas desta nova doença são semelhantes aos da gripe,
incluindo febre, tosse seca, cansaço ou fadiga e dificuldade em respirar, o que
pode significar um agravamento da doença. Causa dor muscular, dor de garganta e
diarreia.
«Cerca
de 80% dos casos são assintomáticos ou apresentam formas leves da doença.
Apenas 5% mostram reações mais graves», afirmou o ministro da Saúde Pública.
Segundo
Portal Miranda, os idosos que sofrem desse vírus têm maior probabilidade de
desenvolver um quadro sério da doença e constituem 2% dos pacientes com mais
chances de morrer.
O
período de incubação pode variar de um a 14 dias. Na presença de alguns dos
sintomas, é importante não demorar e ir ao hospital.
COMO
O COVID-19 É PROPAGADO?
O
ministro da Saúde Pública disse que uma pessoa pode ser infectada pelo contato
com outra infectada e que o vírus pode se espalhar através das micro-gotas do
nariz ou da boca exaladas. «Essas pequenas gotas podem ser depositadas em uma
superfície e o sars-CoV-2 é espalhado assim».
Indicou
que o vírus pode viver de horas a dias, dependendo das condições de
temperatura; daí a importância das medidas de desinfecção.
Portal
Miranda reiterou que, de acordo com os relatórios mais recentes, mais de cem
países (incluindo a China) têm presença da doença. «A mídia fala em 3.811
mortos, com uma letalidade de 3,47% em cada cem pessoas».
Insistiu
que é real que o vírus possa ser introduzido em nosso país, a partir do
contexto internacional.
Para
apoiar o exposto, indicou que 45,4% dos países do mundo relataram casos
confirmados. «Fora da China, em pelo menos 99 países, há transmissão da
doença».
Explicou
que países como a Coreia do Sul e Itália fazem a diferença, com uma situação
complexa, tal como Irã, Japão, França e os Estados Unidos. «Na região das
Américas existem 12 países e três territórios ultramarinos da França afetados».
O
ministro da Saúde chamou a atenção para a situação de países como os EUA, com
554 casos e 21 mortes; Canadá, com 62 casos; Brasil, com 25; Equador, com 14;
Argentina, com 12; Chile, com dez; México e Peru, com sete; Costa Rica, com
cinco, e Colômbia, Paraguai e República Dominicana, com um caso,
respectivamente.
COMO
SE PROTEGER E REDUZIR O RISCO?
O
dr. José Ángel Portal lembrou a importância de lavar as mãos com frequência
usando água e sabão, esfregando-as bem para remover qualquer sujeira ou
vestígio do vírus, que também é suscetível a soluções alcoólicas e hipoclorito
de sódio a 0,1%.
Há
um grupo de medidas para disponibilizar esses produtos à população, embora
exista um nível de oferta na rede comercial. Após a lavagem das mãos, use
também géis hidroalcoólicos para desinfecção, que para superfícies devem ter
uma maior concentração de hipoclorito, a 0,5%.
Outra
medida é cobrir a boca e o nariz com um lenço ou com o cotovelo quando tossir
ou espirrar, algo eficaz para impedir a transmissão do vírus. Existe o risco de
uma pessoa infectada não apresentar sintomas — sempre existe uma porcentagem
desses casos — e transmitir a doença», afirmou Portal Miranda.
OUTRAS
DICAS
«Evite
tocar o nariz, a boca, os olhos — reconhecidos como a porta de entrada principal;
mantenha distância de quem tosse ou espirra; dirija-se imediatamente aos
serviços de saúde para receber um diagnóstico e não confie que é outro
resfriado; manter-se isolado, usar utensílios e talheres e pratos diferentes
são outras medidas para evitar o contágio. Você também pode usar protetores
bucais dentro de casa para não adoecer nossas famílias», aconselhou o ministro
da Saúde Pública.
Photo:
Estudio Revolución
Indicou
o uso de máscaras ou protetores bucais apenas nos casos em que esteja doente
com gripe ou naqueles que cuidam dos doentes. Não se trata de usar uma máscara
o tempo todo, máscaras mal utilizadas podem ser transmissoras.
Também
recomendou não se automedicar, porque os antibióticos não são eficazes contra
vírus, eles são usados apenas quando há uma complicação e apenas sob
prescrição médica.
Referiu-se
à importância de evitar aglomerações antes de qualquer sintoma respiratório e,
se estiver viajando para o exterior, aconselhou que ao retornar se apresente ao
médico para estabelecer uma vigilância de 14 dias em sua casa (principalmente
se houver sintomas respiratórios). O ministro também disse que deve se manter
informado pela mídia nacional.
Portal
Miranda enfatizou que é essencial garantir disciplina no cumprimento das
medidas sanitárias ditadas, respeitando sempre a admissão e o isolamento
hospitalar nos casos de contato e suspeitos da doença.
UM
SISTEMA DE SAÚDE ALERTA E PREPARADO
O
ministro da Saúde Pública explicou que, dada a situação atual, as medidas nos
pontos de entrada no território nacional foram extremas. «Embora, às vezes, as
pessoas não gostem, existem scanners que verificam constantemente a temperatura
dos viajantes».
Explicou
que esse controle foi reforçado em marinas, portos e aeroportos, em particular
sobre os visitantes de países que apresentam casos de coronavírus, disse,
acrescentando que a qualidade desses processos foi verificada no país.
«Cuba
tem uma experiência nesse processo que foi posta em prática, por exemplo,
quando o Ebola», afirmou.
«Dado
esse tipo de situação, uma questão fundamental é a preparação daqueles que
trabalham nos pontos de entrada no país, bem como os meios de proteção que
devem usar».
Depois,
referiu-se ao trabalho sistemático com as Alfândegas e a Diretoria de Imigração
e Estrangeiros para conhecer com antecedência as pessoas que viajam para Cuba
de países infectados pelo novo coronavírus.
Entre
os controles nos pontos de entrada está um documento, no qual o visitante
declara seu estado de saúde. Explicou que também foi preparada uma lista de
viajantes que é enviada a todos os territórios com dados de interesse, como o
país de origem e o local onde o visitante ficará durante a estadia em Cuba.
Portal
Miranda disse que em Cuba se sabe diariamente quantas consultas respiratórias
são oferecidas. Anualmente, são feitos mais de cinco milhões no país e, nos
últimos dois anos, houve uma diminuição de pessoas com esses quadros.
«Em
Cuba há capacidade de diagnóstico. Temos o Instituto de Medicina Tropical Pedro
Kourí (ipk), que diagnostica mais de 17 vírus, além deste novo coronavírus.
Este procedimento, a partir desta semana, também poderá ser realizado em Villa
Clara e Santiago de Cuba. Todos os casos que investigamos foram negativos.
«Até
agora não temos casos diagnosticados. No entanto, o risco está presente,
precisamos continuar nos preparando», insistiu.
Explicou
como os serviços médicos foram organizados para prevenção e tratamento. «As
pessoas com sintomas respiratórios não confiam em si mesmas, vão aos serviços
de saúde. São nossos médicos e em nossos consultórios onde há a preparação para
definir qual é o comportamento a seguir diante de um quadro respiratório»,
ressaltou.
«Temos
desenvolvido todo um processo de preparação da equipe que permite que cada
paciente seja avaliado e adote o comportamento apropriado. Está descrito o
fluxo, a partir da fronteira, de um pronto-socorro de uma policlínica, qual o
caminho a seguir se alguém tiver sintomas ou não da doença».
MAIS
DE 3.100 CAMAS DISPONÍVEIS EM TODO O PAÍS PARA ENFRENTAR O COVID-19
Portal
Miranda informou que os centros e hospitais que serão utilizados em cada um dos
territórios foram definidos para o isolamento e tratamento de casos suspeitos
ou confirmados da doença. «Falou-se anteriormente dos hospitais militares, mas
há outros centros que, nesses diferentes territórios, poderão atender a esses
pacientes», afirmou.
«Também
existem médicos e instituições qualificadas para vigilância em cada um dos
territórios», disse.
O
ministro destacou que, na ordem dos recursos, existe uma primeira etapa com
mais de 3.100 leitos em todo o país para o tratamento desta doença, e pode ser
aumentada de acordo com o comportamento da transmissão, caso sejam detectados
casos de Covid-19. Também estão disponíveis mais de cem leitos os cuidados
intensivos.
«Acreditamos
que estamos em condições nesse nível para poder atender aos pacientes nas
instituições escolhidas», afirmou.
Acrescentou
que, nos prontos-socorros haverá uma consulta especializada apenas para a
atenção às imagens respiratórias, com as condições adequadas para isso.
Ressaltou
que os protocolos foram desenvolvidos por um grupo de especialistas em
tratamento de doenças respiratórias e pacientes graves, e que foi decidido não
desmontar esse grupo de especialistas, porque todos os dias são recebidas
informações sobre essa doença.
«Outra
questão que foi incorporada», explicou, e que é voltada para o setor de saúde,
é a visão diferente das instituições sociais, por exemplo, asilos, centros
médicos psicopedagógicos ou aqueles que cuidam de pessoas que vagam, lares
maternos e outros, onde existem grupos vulneráveis que exigem atenção
diferenciada».
Em
relação às atividades públicas, o ministro da Saúde comentou que uma análise
técnica será alcançada quando considerado apropriado.
MEDICAMENTOS
Sobre
a situação da medicação, Portal Miranda afirmou que o Estado apoia
financeiramente os recursos necessários para o enfrentamento desta doença.
«Temos
adquirido outros recursos essenciais para estarmos preparados e responder a uma
grande epidemia, e não apenas medicamentos, mas também material descartável,
meios de proteção, equipamentos de cuidados intensivos, peças de reposição, que
nos colocam em uma posição melhor para enfrentar a situação».
«Também
levamos em conta a criação de um grupo de especialistas vinculados aos centros
de pesquisa do país, que estão trabalhando em como contribuir, não apenas para
Cuba, mas para o resto dos países afetados, com novos produtos para tratar o
Covid-19», disse.
Argumentou
que o grupo BioCubaFarma trabalha no projeto de desenvolvimento de um antiviral
cubano, o cigb 210, bem como de um candidato a vacina para submetê-lo à
consideração da China, além de faixas rápidas para o diagnóstico da doença.
FORMAÇÃO
«Hoje
estamos na segunda etapa da preparação, que abrange não apenas os parceiros de
saúde, mas também outras organizações com alta influência nesse sistema, como
turismo, transporte, fronteira e trabalhadores independentes».
Disse
que é um processo que será escalonado e certificado. «Já são feitos materiais
digitais e impressos, além de cursos de treinamento em vídeo, que podem ser
replicados em diferentes locais. As universidades de Ciências Médicas serão os
diretores da atividade», afirmou.
O
ministro expressou que os estudantes também estão recebendo preparação. Da
mesma forma, os colaboradores foram selecionados em todas as missões como
facilitadores de informações sobre a doença.
«Existe
um sistema de videoconferência para apoiar a preparação e manter informações
atualizadas sobre a situação em cada país em que temos colaboradores. Não há um
único colaborador afetado com esse novo coronavírus», afirmou.
TODOS
OS ORGANISMOS TÊM RESPONSABILIDADE
Portal
Miranda disse que o Plano Nacional aprovado pelo Conselho de Ministros e
dirigido pela mais alta autoridade do país, integra não apenas o sistema de
Saúde Pública, mas todas as agências.
«Enquanto
alguns têm participação mais direta, existem medidas que envolvem todos».
Acrescentou
que o ministério da Educação empreendeu ações com as famílias dos estudantes e
planeja, com a colaboração de todos, alcançar a disponibilidade dos meios de
limpeza. «As agências precisam exigir os meios de desinfecção, porque quando um
caso aparece, não se trata de fechar escolas ou hotéis, mas de manter essas
medidas e continuar funcionando de acordo com o comportamento da doença. A
proteção dos trabalhadores expostos também é de responsabilidade das
organizações e daqueles que podem estar viajando».
Entre
as organizações com funções fundamentais, mencionou os ministérios das Relações
Exteriores, Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro, Turismo, Cultura,
Forças Armadas Revolucionárias e do Interior, bem como a Alfândega da República
e o Instituto Cubano de Rádio e Televisão.
Portal
Miranda informou que o Ministério do Trabalho e Previdência Social trabalha em
um decreto-lei para o tratamento salarial de pacientes em potencial.
Indicou
que também é importante o papel de organizações como a Federação das Mulheres
Cubanas, os Comitês de Defesa da Revolução, a Central dos Trabalhadores de Cuba
e a Associação de Combatentes da Revolução Cubana, que têm uma participação
destacada nesta estratégia.
MANTER-SE
INFORMADO
«Outro
componente é o plano de comunicação voltado para o nosso povo», afirmou o
ministro da Saúde.
Um
cenário foi planejado antes da entrada do vírus e outro após o primeiro caso,
por isso Portal Miranda ratificou a importância de seguir informações
atualizadas e confiáveis.
«Existem
canais oficiais definidos, como o site da Presidência, o site do ministério da
Saúde Pública, o site Infomed, o sistema de mídia nacional e territorial e o
sistema das agências da Administração Central do Estado. Precisamos garantir
que todas essas mídias tenham informações atuais e sistemáticas», afirmou.
Ressaltou
que o portal Infomed, um site de fácil acesso, possui um espaço dedicado ao
Covid-19, que se baseia em fontes oficiais como a Organização Mundial da Saúde
e reúne informações sobre o vírus, indicações do Minsap, conteúdo para
profissionais e viajantes e para o público em geral, além de reunir perguntas e
respostas frequentes sobre o novo coronavírus, entre outros dados.
«Também
criamos e teve grande impacto um APK, disponível para download em telefones
celulares no site apklis.cu. Embora inicialmente pensemos em nossos
profissionais, já o tem a população e possui informações úteis para prevenção»,
afirmou.
O
ministro disse que um endereço de e-mail está habilitado:
covid19@infomed.sld.cu, disponível para fazer perguntas e esclarecer dúvidas.
«Sabemos que existem muitos», reconheceu.
UM
PLANO NACIONAL DINÂMICO E ATUALIZADO
Por
sua parte, o vice-primeiro-ministro Roberto Morales Ojeda detalhou as ações
prioritárias para enfrentar o Covid-19.
«Devemos
deixar bem claro que esta doença constitui um perigo para o nosso país, daí o
pedido do general-de-exército Raúl Castro para aprofundar e expandir o plano
que havia sido aprovado inicialmente, para que a Ilha possa estar em melhores
condições para evitar, na medida do possível, a introdução da doença e
minimizar seu impacto na população».
O
vice-primeiro-ministro sublinhou que é um plano que não é estático, mas
dinâmico, pois continuará sendo sistematicamente atualizado, incluindo sua
aplicação em cada um dos territórios, da província aos conselhos populares.
«O
verdadeiro sucesso deste plano será que nosso pessoal faça o que é seu, para
agir em correspondência com o design. Temos que levar as pessoas a participarem
do autocuidado e de suas famílias».
Morales
Ojeda disse que o componente de comunicação é decisivo, «sem gerar alarmes,
porque, como afirmado, nenhum caso foi diagnosticado no país. Nem mesmo
colaboradores cubanos de outras nações foram confirmados com a patologia».
Disse
que um dos elementos do plano de comunicação é o desenvolvimento de audiências
em saúde, em conjunto com organizações de massa e estruturas e constituintes do
governo, com a condução de especialistas em Saúde Pública. Essas audiências não
estarão apenas no nível da comunidade, mas serão desenvolvidas em locais de
trabalho e educativos.
ACESSO
POPULACIONAL A PRODUTOS PARA PROTEÇÃO
Quanto
aos protetores bucais, Morales Ojeda explicou que atualmente não há oferta
estável dos diferentes fornecedores, pois é um fenômeno global e há falta
desses meios. Mesmo se houvesse disponibilidade, o número de protetores
descartáveis necessários devido à situação econômica do país não poderia ser
importado.
Disse
que um material foi desenvolvido para alcançar a produção familiar e individual
desses elementos de proteção e também para preparar a população para o processo
de desinfecção.
«O
plano por si só não resolve o problema. O cumprimento estrito de cada uma de
suas medidas deve ser garantido, para que a disciplina e a verificação
sistemática sejam essenciais para todas as estruturas em diferentes níveis,
para que o que foi projetado tenha um impacto», concluiu.
*Matéria originalmente
publicada no Granma
https://antropofagista.com.br/2020/03/12/com-um-trabalho-inigualavel-de-prevencao-cuba-desenvolve-vacina-remedio-e-nao-tem-um-caso-do-coronavirus/
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