O
embaixador e ex-ministro da Defesa Celso Amorim falou, em entrevista à TV 247,
sobre a situação do ex-presidente Lula, preso há quase 500 dias em Curitiba; “O
que o mundo espera e que talvez seja a única maneira de restabelecer a
credibilidade da democracia brasileira e do Judiciário brasileiro é que esse
julgamento seja anulado”, afirmou Amorim.
O
embaixador e ex-ministro da Defesa Celso Amorim conversou com a TV 247 sobre a
prisão do ex-presidente Lula que completará, em agosto, 500 dias. Amorim
apontou como única maneira para o restabelecimento da democracia no país a
anulação do julgamento de Lula. O também ex-ministro das Relações Exteriores
ainda comentou sobre democracia na América Latina.
Celso
Amorim afirmou que, apesar da deficiência da democracia venezuelana, o maior
preso político da América Latina está no Brasil. “Há grandes limitações na
democracia na Venezuela? Há, é preciso dizer, eu sou a favor que não haja preso
político em lugar nenhum, mas o maior preso político na América Latina está no
Brasil, e não na Venezuela. É o Lula. O mundo inteiro sabe disso”.
Para
o embaixador, o mundo aguarda que Lula tenha seu julgamento anulado. “O que o
mundo espera e que talvez seja a única maneira de restabelecer a credibilidade
da democracia brasileira e do Judiciário brasileiro é que esse julgamento seja
anulado. Não sei quando e nem como isso vai ocorrer, mas eu acho que a questão
é que o Lula seja libertado”.
Quanto
à anulação das eleições de 2018, Celso Amorim acredita ser improvável que aconteça.
O embaixador enfatizou que a volta de Lula para o cenário político é essencial
para o reconhecimento da democracia brasileira. “Eu acho que não adianta voltar
a roda da história, as coisas erradas que aconteceram já aconteceram, não vai
anular a eleição, tenho que ser pragmático, mas o julgamento pode ser anulado e
o Lula volta a ser parte do diálogo político. Isso é uma coisa fundamental para
que o Brasil possa ser considerado, e seja efetivamente, um país democrático. É
essencial para a estabilidade do Brasil e, por tabela, do mundo”.
O
ex-ministro ainda citou feitos do ex-presidente, indicado ao Prêmio Nobel da
Paz. “Está claro que o Lula não só é um ser humano que contribuiu de maneira
decisiva para tirar 40 milhões da pobreza, para acabar com a fome, que está
voltando, embora no imaginário do atual governo não. Isso ajudou programas no
mundo inteiro, ajudou pelo exemplo e por projetos de cooperação. E também um
homem que atuou pela paz na região”.
Mujica
Sobre
as democracias da América Latina, Amorim comentou a declaração do ex-presidente
uruguaio Pepe Mujica, que afirmou não haver democracia na Venezuela. “O Pepe
Mujica merece todo o respeito e todas as opiniões que dá têm de ser muito
consideradas. Acho perigoso a gente trabalhar com palavras de maneira muito
simples porque elas podem ser usadas como pretexto. Eu não diria que Cuba era
uma democracia, nem por isso eu justifico o embargo ou uma intervenção, você
também tem que ver as raízes do porquê que as coisas acontecem”.
Ele
também comparou as pressões internas que vivem Brasil e Venezuela. “O Brasil,
um país grande, de peso, que tem um sistema político que nós achávamos muito
mais desenvolvido e com instituições muito mais desenvolvidas, claro que
somadas às posições da elites internas, fizeram o que fizeram. Derrubaram a
Dilma, prenderam o Lula, contrariam uma decisão do comitê de Direitos humanos
na ONU, tudo isso aconteceu. Imagina na Venezuela”.
https://www.brasil247.com/mundo/maior-preso-politico-da-america-latina-nao-esta-na-venezuela-e-o-lula-diz-celso-amorim
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