O
ministro Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira (27/8) que é preciso
reconhecer que o Supremo Tribunal Federal é cúmplice “dessa gente ordinária” e
que a Corte participou de um grande vexame.
O
ministro se refere ao caráter dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato,
exposto pelas mensagens reveladas hoje pelo The Intercept Brasil por meio de
reportagem da Folha de S.Paulo, jornal que integra o pool de veículos da mídia
comercial que publica a série Vaza Jato.
Gilmar
admitiu, segundo informações do editor Marcio Falcão, do site de notícias
jurídicas Jota, que o Supremo foi conivente com a conduta abusiva dos
procuradores, cujas ilegalidades vêm sendo desnudadas desde 9 de junho pelo
Intercept.
“É
um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente, homologamos
delação. É altamente constrangedor. A República de Curitiba nada tem de
republicana, era uma ditadura completa. (…) Assumiram papel de imperadores
absolutos. Gente com uma mente muito obscura. (…) Que gente ordinária, se
achavam soberanos”, afirmou o ministro do STF.
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou mensagem hoje em que manifesta
“extrema indignação” com o teor dos diálogos entre procuradores da Lava Jato a
respeito das mortes de Marisa Letícia, de seu neto Arthur e de seu irmão Vavá.
“Há
muito tempo venho dizendo que fui condenado por causa do governo que fiz e não
por ter cometido um crime sequer. Tenho claro que Moro, Deltan e os
procuradores agiram com objetivo político, pois me condenaram sem culpa e sem
prova, sabendo que eu era inocente. Mas não imaginava que o ódio que nutriam
contra mim chegasse a esse ponto“, diz a mensagem do ex-presidente.
O
ódio presente nos diálogos entre os procuradores da Lava Jato levou os
advogados de defesa de Lula da Silva a apresentar hoje petição ao Supremo
Tribunal Federal (STF), em que reforçam o pedido de habeas corpus para a
libertação do ex-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário