A
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e a Associação Nacional de
Juristas LGBTI pediram, nesta quinta-feira (11/7), para o Supremo Tribunal
Federal anular uma lei orgânica de Londrina (PR) que proíbe o ensino da
ideologia de gênero nas escolas de ensino fundamental, para alunos de 6 a 14
anos.
Para
entidades, retirar o tema da ideologia de gênero dos diálogos educacionais
torna invisível a existência de inúmeras crianças e adolescentes
123RF
Na
ação, as entidades afirmam que retirar a discussão dos diálogos educacionais
torna invisível a existência de inúmeras crianças e adolescentes.
"Ao
proibi-los, como procedeu a lei londrinense, rememora-se do totalitarismo que
já se desejava sepultado, em razão de se silenciarem iniciativas atentas à
concretização dos direitos humanos e fundamentais em sala de aula",
defendem.
Além
disso, segundo as entidades, ao editar lei que estabelece diretrizes e bases da
educação, o município de Londrina invadiu competência federal para tratar da
matéria, violando o artigo 22 da Constituição Federal.
"Tal
exclusividade é reafirmada no artigo 9º, inciso 4º da Lei Federal 9.394/1996, o
qual determina que à União Federal, em parceria com Estados, Distrito Federal e
Municípios, estabelecer 'competências e diretrizes para educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum'", dizem em
trecho da ação.
Para
as entidades, a censura estabelecida pelo município de Londrina viola de forma
flagrante a principiologia que orienta a Constituição Federal e o ordenamento
jurídico nacional.
"Proibir
que a realidade desigual encarada pela população feminina e LGBT seja abordada
em sala de aula é medida que contraria de forma direta os princípios da
prevalência dos direitos humanos presente no artigo 4º, inciso II da
Constituição Federal."
Gabriela Coelho é
correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor
Jurídico
https://www.conjur.com.br/2019-jul-11/entidades-questionam-lei-proibe-ideologia-genero-escolas
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