Bolsonaro
e sua tropa não querem realizar um governo, desejam implantar um regime. Uma
ditadura do tipo Talibã. Uma teocracia militarizada.
Nela,
a igreja neopetencostal garante a fé da população pobre de que tudo está sendo
feito em defesa da família e dos bons costumes, para que todos possam ter uma
melhor “vida” no céu. E para aqueles que não estiverem de acordo, resta a
perseguição do Estado, tanto pelo esquema Moro, Dallagnol, PF etc., como pelas
Forças Armadas, via Abin e outros bichos.
Os
indícios deste grande esquema já denunciado aqui antes da eleição subiram à
superfície deste lamaçal em algumas reportagens de ontem.
A
primeira, do Estadão, em que o general Heleno assume que a Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) está investigando bispos e padres com ligação às
comunidades indígenas. E colocando a Igreja Católica na mira porque entre
outras coisas ela poderia substituir o PT como principal movimento de oposição.
Ou seja, quem fizer oposição ao governo será perseguido. Além disso, o ministro
Heleno também diz que a Abin está de olhos nas ONGs internacionais. Qual o
objetivo? Impedi-las de questionar as políticas do governo tanto em relação às
questões indígenas, quanto aos direitos humanos e a defesa do meio ambiente.
À
noite, a Record, no programa Domingo Espetacular, por 20 minutos criminalizou o
MST por ter um projeto com crianças e adolescentes filhos de Sem Terras. A
lógica do programa era a de que eles são doutrinados a defender o movimento. A
matéria realizada na TV do bispo Edir Macedo com essa tese beira o ridículo, já
que a doutrinação de crianças, adolescentes e pessoas em situação de
vulnerabilidade e fragilidade é a base do enriquecimento da IURD.
Os
bispos prometem a cura de todo tipo de doenças para quem vender seu carro e
colocar na conta de “deus”. Falam que “deus” vai prover emprego, vida com
fartura e tascam a pegar grana de gente que não tem sequer o que comer.
E
aí, a TV comprada com este dinheiro suado de gente humilde, denuncia o MST, que
já contribuiu para a construção de 2 mil escolas no país, de doutrinação. De
falar de Che Guevara, que segundo a repórter foi um terrorista.
Mas,
não por acaso, outra matéria chamou a atenção neste domingo pelo destaque que
teve no Fantástico, da TV Globo. Por uns 10 minutos, o programa se dedicou a
falar de imigrantes cubanos que têm passado pelo Brasil e que depois, em geral,
acabam indo morar no Uruguai.
Segundo
a reportagem, um êxodo estaria acontecendo a partir da ilha. Só que o volume de
pessoas que passaram pelas nossas fronteiras, mas que depois vão para outros
lugares, tem sido de 200 por mês. Provavelmente número menor de habitantes que
deixa a Baixada Santista para ir morar em São Paulo.
A
própria matéria num certo momento deixa escapar que uma parte se arrepende,
porque deixou o país iludida com a possibilidade de se tornar rico no
capitalismo e agora vive em situação de penúria buscando bicos. Um dos
personagens comemora ter deixado essa vida incerta ao tornar professor eventual
de salsa numa pequena academia do Chuy, no Uruguai.
Enfim,
não é à toa que igreja católica, Ongs internacionais, MST e Cuba apareceram com
destaques negativos no Estadão, na Record e na Globo num domingo. Quem sabe
como funciona a fábrica de salsichas desses veículos deve ter sentido o mesmo
cheiro que o blogueiro. O que alguns chamavam de “cortina de fumaça” é o centro
do projeto Bolsonaro. Eles não estão brincando de jogo ideológico. Eles querem
um regime talibanesco no Brasil. Se vão conseguir é outra coisa. E o resultado
disso depende muito da capacidade de luta daqueles que serão perseguidos. Por
este motivo, o blogueiro acha que já está mais do que na hora de Igreja
Católica, ONGs, MST, MTST e outros movimentos que estão na mira se juntarem num
grande evento para construir a resistência. Um Fórum Democrático Brasileiro.
Que
precisa ter gente do centro e da centro direita. Para impedir o uso do Estado
contra os indivíduos e as instituições.
A
Igreja Católica terá papel central nisso. Os bispos brasileiros deveriam
definir já uma data para que em todas as paróquias seus padres orassem pela
democracia e abordassem a perseguição que a igreja está sofrendo. Um dia de
oração contra a perseguição e a democracia. Com atos em todos os cantos do país
poderia ser uma excelente ação para lançar este movimento.
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