Na
primeira edição do programa No Jardim da Política de 2019, o estúdio da Rádio
Brasil de Fato contou com a presença do economista e um dos fundadores do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina
Internacional, João Pedro Stedile, para falar sobre as perspectivas políticas
para 2019.
O
bate-papo começou com uma análise sobre a posse de Jair Bolsonaro na
Presidência da República, que aconteceu nesta última terça-feira, (01). Stedile
destacou que "eles sabem que são fruto de uma eleição fraudulenta,
portanto, é um governo que não representa a vontade da maioria do povo
brasileiro”.
O
entrevistado também avaliou o plano econômico e as contradições do governo
Bolsonaro, que expressa, por um lado, um discurso nacionalista, mas que, ao
mesmo tempo, se coloca subordinado aos interesses dos Estados Unidos. Para
Stedile, a política econômica que será aplicada poderá até apresentar uma leve
melhora, considerando o cenário atual, mas não irá suprir as necessidades da
população brasileira. “A política econômica que eles vão implementar, de total
liberdade ao capital, não vai resolver os problemas do povo, ao contrário, eles
precisam de total liberdade para fazerem o que quiserem justamente porque
necessitam aumentar a taxa de lucro, porém, para aumentar a taxa de lucro e
recuperar a acumulação capitalista só tem um caminho: aumentar a exploração
sobre os trabalhadores, sobre aqueles que produzem essa riqueza que eles querem
se apropriar” explica.
Stedile
fala ainda sobre as ameaças explícitas do governo empossado aos movimentos
populares, que não deve amedrontar ou afastar a militância da luta social,
porque eles "têm consciência de que devemos tomar cuidado, não se expor a
esse ódio propagado, mas isso não deve ser um motivo para se ter medo. Estamos
fazendo uma luta para que nosso povo melhore as condições de vida”, opinou.
Leia
a entrevista completa:
Qual
foi sua impressão da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro que ocorreu em
Brasília?
Acompanhando
depois as repercussões que houveram, da forma como os ministros e o próprio
presidente se comportaram, eu acho que ele foram até muito didáticos, porque
eles expuseram o que são mesmo: a sua ignorância, a sua truculência, o seu
desrespeito com a sociedade brasileira. E eles revelaram que vão ser um governo
neofascista, autoritário e completamente desvinculado com o povo.
A
surpresa positiva, em meu modo de entender é que eles vinham anunciando pelas
redes que iriam colocar 500 mil pessoas em Brasília, que ia ser uma festa
popular, e foi ridículo, né? As avaliações dos nossos companheiros que moram em
Brasília é de que a adesão foi em torno de 50 mil, e de novo daquela classe
média branquela, sectária, ignorante, ou seja, o povão ficou em casa. O povão
não embarcou neles e eles sabem que eles são fruto de uma eleição fraudulenta,
portanto, é um governo que não representa a maioria do povo brasileiro, nem em
número de votos, porque somados Haddad, nulos e brancos dá a maioria dos
eleitores. Mas eles não representam o povo porque eles são fruto de uma
manipulação através dos potentes computadores que a direita mundial deu para
eles, seja Israel, Taiwan, seja a turma do Trump, que os ajudou a fazerem um
bombardeio com mentiras sistemáticas durante a campanha, que acabou iludindo
parte da nossa população, que é despolitizada, e que, infelizmente, nos últimos
anos não conseguiu elevar seu nível político-cultural.
Mesmo
antes de ser eleito, Bolsonaro já sinalizava que Paulo Guedes iria cuidar da
sua política econômica. Mas há inúmeras contradições em torno disso, pois
enquanto Bolsonaro nos traz um discurso nacionalista, Paulo Guedes é um
neoliberal. Como podemos avaliar esse plano econômico e essas contradições?
A
política econômica que eles vão implementar de total liberdade ao capital não
vai resolver os problemas do povo. Ao contrário, eles precisam de total
liberdade para fazerem o que quiserem justamente e aumentar a taxa de lucro e,
para isso, só tem um caminho, que é aumentar a exploração sobre os
trabalhadores, sobre aqueles que produzem essa riqueza que eles querem se
apropriar. Então, mesmo que a economia volte a crescer 2% a 3% como eles estão
falando, vai ser um crescimento baseado nos grandes monopólios, nas exportações
e no capital financeiro, isso não significa que vai haver maior emprego, maior
distribuição de renda e solução dos problemas econômicos da população.
Outro
aspecto de interesse mais público e que me chamou a atenção foi o discurso de
Paulo Guedes na posse que revelou que o maior problema que o Estado brasileiro
tem é que os bancos assaltaram o tesouro nacional e o Estado paga para os
rentistas, sendo ele um rentista, R$ 400 bilhões por ano. Então, ele fez a
denúncia, mas não disse como vai resolver isso, porque na essência é isso que
vai sustentar o governo Bolsonaro. É um governo que se sustenta no capital
financeiro, portanto, nesses rentistas, no agronegócio, e nos interesses das
empresas estrangeiras, sobretudo estadunidenses.
E
sobre o tema da Previdência, contraditoriamente, o próprio Guedes falou que a
única saída é privatizá-la, ou seja, é criar fundos privados de previdência em
que os bancos vão organizar e vão se apropriar da poupança daqueles
trabalhadores de maior renda, seja professores universitários, bancários,
petroleiros, que querendo uma aposentadoria complementar, além daquele teto
máximo do INSS vão, então, contribuir em um fundo de previdência privada
administrado por um banco. Se 10 milhões dos trabalhadores com maior renda
começa a depositar R$ 200 por mês na previdência privada, por exemplo, isso
significa R$ 20 bilhões que todo mês os bancos vão surrupiar dos trabalhadores
com a promessa de daqui 30 anos devolver na forma de aposentadoria. Ora, daqui
30 anos só Deus sabe o que vai acontecer! Se for o que aconteceu no Chile, eles
inventam que quebram, que não tem mais fundo e os trabalhadores vão perder essa
poupança. Mas o principal: esses fundos privados recebem essa poupança dos
trabalhadores sem juros e vão esperar 10, 20 anos para recebê-lo de volta, e é
esse o tempo que o banco vai usar o dinheiro dele para fazer especulação e o
que quiser. Ao mesmo tempo, Guedes denunciou que uma das causas do déficit da
Previdência não são os pobres, os trabalhadores, não é minha mãe que é
aposentada com fundo rural com salário mínimo, e sim os privilégios. Quem é que
ganha R$ 28 mil por mês e continua ganhando? O general do exército. É o juiz
que ganha R$ 35 mil e vai continuar ganhando. No ano passado, estive em uma
delegação conversando com o governador Pezão para pedir o estádio do Maracanã
para a gente fazer uma grande assembleia popular e ele revelou que o maior
problema que ele tem na Previdência do Rio de Janeiro é que 50% dos recursos
públicos destinado para a segurança, que é o problema maior do Estado, são
gastos com a aposentadoria dos oficiais da PM, que se aposentam com 50 anos e
recebem R$ 25 mil a R$ 30 mil por mês. Isso será intocável porque o governo
Bolsonaro tem na sua base social nos militares, na PM, e no Poder Judiciário
representado pelo Moro. Então, senhor Guedes, agradeço seu didatismo em nos
explicar onde é que está o problema, agora, duvido que o senhor tenha coragem
de nos próximos seis meses mexer com os privilégios.
Você
citou alguns altos salários do Judiciário e toda essa questão do déficit da
Previdência, ao mesmo tempo, por meio de um decreto, houve uma mesquinharia com
relação aos aumento do salário mínimo…
Isso
é uma vergonha! Só demonstra justamente essa falta de base popular. Eles estão,
perdão pela expressão, cagando e andando para o povo. Mas eles fazem as
continhas deles, R$ 10 por mês para o salário vai afetar sobretudo a
Previdência, porque são milhões de trabalhadores, cerca de 20 milhões, que
estão aposentados com um salário mínimo.
Outro
segmento que vai ser afetado é o das trabalhadoras domésticas. O Brasil é o
país do mundo que tem mais trabalhadoras domésticas, são 8 milhões. É a nossa
herança escravocrata, já que toda classe média branquela quando aumenta um
pouquinho a sua renda nas capitais, a primeira coisa que faz é contratar mais
uma empregada doméstica negra, pobre que vai se submeter a um salário
humilhante. Então, lamento, mas as empregadas domésticas também sofrerão com
essa política “escrochante” do salário mínimo.
Como
você viu a posse do Ministério da Justiça pelo juiz Sérgio Moro depois de sua
atuação nos últimos anos?
Acho
que é revelador, eles não estão escondendo nada. O fato de Moro dizer na posse
que vai instalar uma “Lava Jato nacional” de forma permanente, primeiro, é uma
prepotência, porque ele não é mais do Poder Judiciário, é ministro que
administra a Polícia Federal, então, no máximo pode instaurar inquéritos e não
processos, porque quem faz isso é o Judiciário.
Faltou
para a esquerda, e digo isso como autocrítica para o PT e para a esquerda em
geral e os movimentos populares, a coragem de explicar para a população a
natureza da corrupção. A corrupção é um método clássico que vem desde que
existe o capitalismo. A corrupção é o jeito de alguns empresários se apoderarem
do dinheiro público que está no Estado. Então, se forma um conluio entre
empresários, capitalistas e a burocracia estatal para assaltar o dinheiro
público. A natureza do capitalismo é a corrupção. Então, a gente precisa
explicar para a população que a corrupção é endêmica, onde existe capitalismo e
Estado burguês haverá corrupção.
Outra
confusão criada pelo Moro é as contribuições que as empresas deram aos
partidos, ou seja, o caixa dois. A legislação eleitoral dúbia permitiu que as
empresas contribuíssem fazendo uma espécie de gambiarra para os partidos
políticos. E aí, de novo, quem foram os partidos que mais se beneficiaram do
dinheiro das empresas? Foi o PP, que está no governo, o DEM, o PMDB, e, em
termos de volume, o PT foi um dos últimos. Mas o PT não teve coragem de
explicar isso para a população e fazer essa diferença entre o que era corrupção
de que alguns, que se apropriaram individualmente do dinheiro público, e o que
era contribuição das empresas para os partidos utilizando uma brecha na lei.
Agora,
o Moro fica de novo alimentando essa confusão porque convém com esse discurso
falsamente moralista. Se ele quiser abrir inquéritos e uma espécie de Lava Jato
nacional, já vou dar algumas sugestões: ele pode começar com um inquérito para
saber quanto dinheiro a JBS deu para o ministro Onyx Lorenzoni, para a ministra
Tereza Cristina; pode abrir inquérito para fazer que o senhor Queiroz e o filho
do presidente devolvam todo o dinheiro que surrupiaram de todos os servidores
da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ele pode abrir um inquérito para
saber como o Temer comprou a fazenda aqui em Bauru, que a PF já disse
publicamente que foram recursos desviados do Porto de Santos. Então, a pauta da
corrupção é ampla e ele terá muito trabalho. Agora, se ele for um pouquinho
ético, ele tem que saber que ele vai morder o rabo, porque a natureza na
corrupção faz parte das empresas capitalistas e do Estado burguês.
O
MST foi mencionado nominalmente pelo presidente como um alvo do próximo
governo. Como o MST está se preparando para essa campanha pré-anunciada de
criminalização?
Evidentemente,
o Bolsonaro, durante a campanha, estimulou o ódio e a violência contra todos os
que fazem a luta social, contra a esquerda, não só contra o MST. Mas como o
MST, talvez, seja o mais conhecido, era usado como uma espécie de demonstração
pedagógica de quem são os inimigos do novo governo. Mas isso não nos leva a ter
medo. Acredito que toda militância do MST tem consciência de que temos que
tomar cuidado, não se expor a esse ódio propagado. Mas quem faz a luta social
não pode ter medo algum porque estamos fazendo uma luta pela justiça, para que
nosso povo melhore as condições de vida.
Não
estamos preocupados com possíveis perseguições ao MST, porque durante os 34
anos do movimento nós pagamos caro pela nossa luta social. Talvez seja o
movimento que tenha mais assassinatos na sua base, mais torturas e prisões. Mas
não é isso que nos amedronta ou nos afasta da luta social. Acho que essas
ameaças devem nos servir como alerta e ao mesmo tempo devem ser instigadoras
para a gente reforçar o trabalho de base, de educação política, e eu digo isso
não só para nossa base do MST, mas para a esquerda em geral, que nós temos que
voltar a fazer um trabalho especial de base, de formação política, utilizando
inclusive os instrumentos culturais com a juventude pobre da periferia das
grandes cidades.
A
esquerda só vai se salvar se ela conseguir organizar a classe trabalhadora
pobre que está lá na periferia pobre das cidades, é isso que está nos faltando.
Então, no momento que a gente tiver uma base social organizada, será o melhor
antídoto para ameaças, contra esse discurso odioso e contra qualquer
criminalização.
Qual
o cenário para o avanço da reforma agrária neste novo governo?
Zero.
Agora notem: do ponto de vista da correlação de forças políticas, nós já
estávamos há quatro anos sem nenhum avanço na reforma agrária, nem nas
políticas públicas para o campesinato. Viemos de dois anos de crise do governo
Dilma e depois o golpe. O zero já vem de longe.
De
fato, o que antes havia sido só uma paralisação da política de reforma agrária
e das políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, agora, eles vão
institucionalizar o “não fazer”. Então, toda essa reforma que apareceu nos
decretos desses primeiros dias nas políticas públicas agrárias vão afetar
diretamente o campesinato em geral e a reforma agrária, então, nós teremos anos
duros pela frente porque vai haver uma ofensiva das forças do capital contra os
camponeses. Vai haver uma ofensiva contra os povos indígenas e quilombolas. Já
estão anunciando que querem liberar reservas para a produção agrícola e para a
exploração mineral. É certo que novas áreas não vão ser mais delimitadas.
Agora,
tudo isso tem contradição, nós ainda temos 23 milhões de trabalhadores que
moram no interior, na condição de camponês sem terra, de agricultor familiar,
de quilombola, de assalariados rurais. Essa população vai sofrer e essa
população vai reagir. Ou seja, nós não vamos ficar parado apenas analisando as
políticas perversas que o governo vai tomar.
Como
vai ser o movimento das forças progressistas de esquerda em torno da liberdade
do ex-presidente Lula?
Do
nosso campo, nós temos uma grande articulação que é a Frente Brasil Popular. A
FBP vai fazer uma plenária no final de janeiro, início de fevereiro para
desenhar melhor as suas táticas. Mas já está meio que desenhado que nós temos
que estimular todo o campo popular a se juntar nessa Frente e organizar os
comitês populares em todos os municípios para fazer assembleias populares e
discutir o que fazer na luta concreta por melhores condições de vida. E na luta
política esses comitês populares devem abraçar também essa missão de nós
reorganizarmos uma grande campanha nacional pela libertação do presidente Lula.
Precisamos
intensificar a luta de março até dia 10 de abril, porque nesse dia terá um
julgamento no STF que pode libertar o companheiro Lula. Para isso, previamente,
precisamos fazer um grande movimento de massas, para que a sociedade demonstre
a indignação contra essa perseguição ao companheiro Lula.
Ao
mesmo tempo, o companheiro Adolfo Pérez Esquivel, único Prêmio Nobel da Paz da
América Latina, inscreveu o Lula como candidato ao Nobel da Paz de 2019. Então,
nós temos que fazer uma grande campanha internacional e nacional para que as
pessoas manifestem sua adesão, que eu acho que seria a forma mais correta do
povo brasileiro e da comunidade internacional reconhecer os méritos do Lula e
da sua política, que contribuiu para tirar milhões da pobreza e para tirar a
fome do Brasil. Do ponto de vista da esquerda brasileira e internacional, acho
que a campanha pela libertação do Lula é uma questão de honra, não só porque
temos essa dívida de gratidão a ele, mas por humanismo e, sobretudo, porque
está sendo injusto.
Como
acha que vai caminhar a política externa nesse governo?
Vi
as repercussões da posse do ministro do Itamaraty, que é vergonhoso, parecia
que ele estava tomando posse na sede da TFP [Sociedade Brasileira de Defesa da
Tradição, Família e Propriedade] tal o atraso e a ignorância das expressões que
ele utilizou. Mas eu acho que a contradição de novo é que a própria exposição
das ideias que eles têm, atrasadas, medievais, eu diria, ajuda a isolá-los. O
fato de ele dizer “agora vamos fazer uma política externa para o Brasil, chega
de globalização!”, imagina? Os capitalistas devem estar dando risada! Nunca o capitalismo
foi tão globalizado. Um Ministério de Relações Exteriores é para fazer relações
com todo o mundo, não com o Brasil, isso quem faz é o presidente.
Acho
que os capitalistas amarraram de novo a política econômica e externa do Brasil
aos interesses do capital dos EUA. Acho que o próprio Trump está cagando e
andando para o Brasil. Os interesses dele é de como viabilizar taxa de lucro
para a indústria norte-americana.
Eles
vão cometer um erro gravíssimo de amarrar o nosso burro no pasto dos americanos,
porque justamente 70% do comércio externo é com a China, com os países árabes e
com a Rússia, ou seja, aqui se aplica aquele ditado popular da seleção de 1958
“vocês já combinaram com os russos?”. Porque se os russos resolverem não
comprar mais carne de porco, quebra os frigoríficos brasileiros; se os árabes
resolverem não comprar mais carne de frango, quebra a vida de 300 mil
agricultores familiares; e se a China resolver parar de comprar um mês a soja,
quebra todo o agronegócio.
Então,
há uma contradição. Por um lado, por motivações ideológicas, eles se aliaram
aos EUA, mas, por outro lado, para os interesses econômicos de uma burguesia
aqui instalada, não faz sentido ter uma política externa totalmente dependente
dos EUA.
Como
você viu a avalanche de notícias falsas da campanha de Bolsonaro para propagar
uma série de absurdos. O que levou à eleição de Jair Bolsonaro?
Há
uma luta ideológica que os partidos de direita estão travando com as máquinas
de computadores para influenciar as pessoas por meio do WhatsApp e do Facebook.
Isso se revelou na campanha do Brexit, na Inglaterra, do Trump, nos EUA, na
Hungria, e agora, mais recentemente, no Brasil, e depois na Andaluzia, que
elegeu um governo de extrema direita provincial.
O
mais grave é que há uma nova estratégia de dominação da CIA e do governo
americano, que não querem mais usar invasões militares, que custam muito caro.
Por detrás, tem o Estado americano desenhando uma nova estratégia de dominação
dos povos, através de mentiras na
internet. O resultado dessa nova estratégia dos americanos de ganhar eleição,
de impor governos de direita, foi enterrar a democracia.
Para
nós, enquanto esquerda e forças políticas progressistas, cabe criar um novo
tipo de democracia que supere inclusive as urnas, uma democracia de
participação popular, onde as pessoas efetivamente participem da vida social e
dirijam o Estado.
*Com
colaboração de Nadine Nascimento. Brasil de Fato
https://www.brasildefato.com.br/2019/01/06/stedile-a-militancia-nao-pode-ter-medo-algum-porque-estamos-lutando-por-justica/?fbclid=IwAR0tvaxmxeDwX6hZP94_2r9NZl6sQaaeSWJvDtbAnYj5Ofhkovi4DwaRvZA
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