A
polarização tomou conta do país. Nesse ambiente, difícil tomar posição sem
criar problemas, rompimentos, ou levar desaforos para o lar. Mas como o
silêncio será entendido pela geração futura como conivência com um porvir
talvez sombrio, resolvi escrever.
Escrever
para deixar registrada minha esperança.
Tenho
filhos. Quero que eles cresçam em um país onde homens, mulheres, gays,
lésbicas, negros, índios sejam respeitados. Em que pais achem mais importante a
felicidade do que a opção sexual de seus filhos.
Tenho
alunos. Quero que eles estudem em um ambiente de tolerância, de respeito pela
diferença e liberdade de expressão – em que adversários sejam ouvidos e não
varridos ou exilados.
Tenho
profissão. Sou advogado. E quero que os juízes de meus casos sejam autônomos,
independentes. Que decidam de acordo com argumentos e não com medo de cabos ou
soldados.
Tenho
pais. Quero garantir que o regime político pelo qual eles lutaram, pelo qual
alguns de seus amigos desapareceram, não seja levado por um vendaval de ódio.
Enfim,
tenho esperança.
Esperança
de que segunda feira a democracia amanheça e nos agradeça pelo bom senso.
Por
isso, voto Haddad.
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