A
oligarquia e a oposição nicaraguense, respaldada pela grande imprensa local e
internacional, alardearam aos quatro ventos que a abstenção seria de 70 a 80% a
significar a rejeição da população ao regime sandinista. Mas o povo acorreu em
massa às urnas, numa proporção de 68,2%, um recorde histórico num país em que o
voto é facultativo. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos o comparecimento
raramente chega a 50%.
Garantiram
também que o pleito estaria cheio de irregularidades, de fraude, de voto
forçado, de intimidação de eleitores. Nada disso aconteceu. As eleições foram
limpas, justas, transparentes e tranquilas. Não se tem notícia de qualquer
incidente.
Com
quase a totalidade (99,6%) dos votos escrutados, está ratificada a histórica
vitória da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) nas eleições gerais
deste 6 de novembro.
O
resultado final da eleição presidencial anunciado pelo Conselho Supremo
Eleitoral dá a vitória à FSLN de Daniel Ortega e Rosário Murillo com 72,5% dos
votos. O Partido Liberal Constitucionalista (PLC), de centro-direita, de
Maximino Rodríguez, obteve 15%; o Partido Liberal Independente (PLI) de direita,
conquistou 4,5%; a Aliança Liberal Nicaraguense (ALN), de centro, 4,3%; o
Partido Conservador (PC), 2.3%; a Aliança pela República (APRE), 1.4%.
Nas
eleições presidenciais foram depositados 2.578.445 votos, sendo 90.246 votos
nulos (3,5%) e votos válidos 2.448.199.
Nas
eleições para deputados nacionais, a FSLN obteve 66,8%; o PLC, 14.7%; o PLI,
6,6%; a ALN 5,6%; PC, 4,3%; a APRE, 2,2%. Resultado semelhante ocorreu na
eleição de deputados departamentais e para o Parlamento centro-americano.
Como
a FSLN chegou a esse expressivo resultado? Vamos a alguns dados:
A
popularidade mantida pelo governo sandinista vem sendo sustentada pelo fato de
que o país está entre os primeiros postos de crescimento econômico da América
Latina.
O
diálogo entre trabalhadores, empresários e governos locais, o incremento dos
investimentos e as reservas internacionais são alguns dos fatores que
permitiram manter o dinamismo da economia.
Em
2011, o crescimento alcançou um recorde de 6,2% com uma desaceleração para 3,9%
em 2015, a taxa mais baixa dos últimos 5 anos.
Para
2016, o prognóstico é de uns 4,4%. O investimento estrangeiro direto e o
comércio externo mostram perspectivas favoráveis, segundo o Banco Mundial.
Em
março passado, o FMI comprovou o rumo positivo da Revolução Sandinista, devido
“ao êxito da Nicarágua ao manter uma macroeconomia estável e de crescimento”.
Quanto
à diferença de gênero, o Fórum Econômico Mundial sustentou que a Nicarágua se
encontra entre os 10 países com maior igualdade. O país centro-americano aparece
junto a nações escandinavas como Islândia, Finlândia ou Noruega que tendem a
aparecer na lista dos mais destacados.
Em
2016, o turismo apresentou um crescimento de 5% em relação ao ano anterior,
equivalente a 1,1 milhão de turistas. A chegada de cruzeiros passou de 32 a 38
em relação ao ano anterior, como resultado das políticas do governo, que
autorizou mais de 40 projetos na matéria.
Em
princípios do mês de outubro, o ministro da Fazenda, Iván Acosta, ressaltou os
diversos avanços nos últimos anos, como a segurança jurídica que permitiu
atrair mais investimentos ao país.
O
ministro referiu-se também às obras de infraestrutura previstas do Orçamento de
2017, com o objetivo de reduzir custos, facilitar o comércio, garantir as rotas
terrestres, postos fronteiriços, portos e aeroportos.
http://operamundi.uol.com.br/blog/samuel/sueltos/participacao-cidada-bateu-recorde-em-eleicao-que-deu-nova-vitoria-a-daniel-ortega-na-nicaragua/
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