Algum
limite tem que ser pensado pela sociedade civil – esqueça as instituições – a
uma corte que toda semana resolve mexer na Constituição para eliminar um
direito da população.
Nesta
última de outubro, a aposentadoria e o direito de greve de servidores públicos
– estes mesmos, na base da pirâmide, esquecidos pelos burocratas que usufruem
de todos os privilégios lá do alto – foram as mais recentes vítimas.
A
decisão vem após o anúncio de apoio à PEC 241 pela Presidente da Corte Min.
Cármen Lúcia, a pior à frente do cargo que me lembro.
Vem
depois da intragável sessão que eliminou a presunção de inocência, inesquecível
para quem cultiva o mínimo do mínimo de compromisso com a Constituição Federal.
Essa
onda reacionária que tomou o Judiciário parece que não ter hora para acabar.
Enquanto se acotovelam atrás de flashes da mídia e frases “contra a corrupção”,
“contra a impunidade”, os ministros decidiram descontar o salário do servidor
em greve sem que seja necessária decisão judicial nesse sentido.
Dirá
o empedernido burocrata que a decisão não “elimina” o direito de greve, mas
apenas o adequa para que o país não pare.
Nas
palavras do ministro Fux, conhecido por “matar no peito”, “o que ocorre numa
visão realista, nós estamos num momento muito difícil e que se avizinha
deflagrações de greve e é preciso estabelecer critérios para que nós não
permitamos que se possa parar o Brasil”.
São
condicionantes políticas e factuais interferindo no texto da Constituição –
tempos, portanto, da maior insegurança política possível.
Os
servidores públicos em greve costumam ser aqueles no piso da relação pública.
Por
exemplo, escreventes de cartório em Judiciário, que não votam, não participam
das decisões, não recebem aumento, são humilhados e desestimulados; agora,
sequer poder de reação frente à corte brasileira essas pessoas têm.
Para
quem desconhece o cenário, tenha em mente que o funcionalismo público não se
resume ao baronato, embora, ao mesmo tempo, seja ele que massacra e agora tira
as esperanças da base da pirâmide ver dias melhores.
Não
haverá muito tempo para se comover com os servidores sem direito de greve, pois
certamente se aproxima o dia em que a corte composta por ministros e ministras
medíocres decidirá eliminar outros direitos da população.
No
momento atual do Brasil, a única certeza da vida no atual momento brasileiro é
que todo dia algum burocrata vai lhe arrancar um direito.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/breno-tardelli-passou-da-hora-de-repensar-a-corte-que-toda-semana-elimina-um-direito-da-populacao.html
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