Existe
um patrimônio do ex-presidente Luiz Inácio Lula das Silva em que a Rede Globo e
o juiz Sérgio Moro não conseguem mexer: com Lula, o Brasil superou as
expectativas de redução das desigualdades e da pobreza extrema e suas políticas
alcançaram reconhecimento mundial, inclusive de governos conservadores. A
observação é do cientista político Paulo Vannuchi, em comentário na Rádio
Brasil Atual na manhã de hoje (17), Dia Internacional de Combate à Pobreza –
que mistura o ambiente de perseguição ao ex-presidente, de um lado, e de
imposição de um programa econômico por parte de um governo
"ilegítimo".
O
analista vê um grande risco de o país retroceder no enfrentamento das
desigualdades, e chama atenção para possíveis consequências da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 241, que impõe teto de gastos públicos inclusive em
áreas essenciais como saúde, educação e programas de transferência de renda.
Segundo ele, "a política econômica de Temer-Meirelles está paralisando os
avanços conquistados" e pode levar ao descumprimento de outro objetivo das
Nações Unidas, que é o Estado não deixar quem saiu da situação de pobreza
extrema voltar para ela. “O Brasil pode perder o que avançou em sua dignidade e
sua autoestima.”
Integrante
da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados
Americanos (CIDH-OEA), Vannuchi lembrou que as Nações Unidas, pela primeira vez
na história, incluíram o combate à pobreza nas metas dos países. A ONU iniciou
os anos 2000 com a introdução dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio
(ODM), que tiveram como uma das oito metas traçadas a redução dos níveis de
pobreza no mundo à metade até 2015.
No
Brasil, a meta foi alcançada já em 2008 e, em 2015, com menos de 4% da
população vivendo na condição de pobreza extrema, o país teve essa condição
considerada praticamente erradicada – meta prevista nos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, traçados pela ONU para o período 2016-2030.
http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2016/10/brasil-pode-retroceder-no-que-avancou-em-dignidade-e-autoestima-1632.html
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