Relatório é primeiro estudo
com detalhes sobre doenças provocadas por ingestão de alimentos. Enfermidades
atingem de forma mais grave países de baixa renda e crianças abaixo de cinco
anos, segundo ONU.
A reportagem foi publicada
por EcoDebate, 09-12-2015.
O relatório da ONU destaca
que, apenas em 2010, 125 mil crianças abaixo dos cinco anos morreram em
decorrência de doenças contraídas por consumo de alimentos.
No ano de 2010, de todas as
vítimas de doença de origem alimentar, 420 mil morreram; entre elas, 125 mil
crianças abaixo de cinco anos, de acordo com relatório publicado na
quinta-feira (3) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Até agora, as estimativas
de doenças de origem alimentar eram vagas e imprecisas. Isso ocultava os
verdadeiros custos humanos da comida contaminada”, afirmou a diretora-geral da
OMS, Margaret Chan. Para ela, o relatóriocoloca a informação nos trilhos, já
que a detecção dos principais agentes patogênicos e sua ação específica em
partes do mundo permite a elaboração de estratégias mais precisas por parte do
público, do governo e da indústria alimentícia.
A África e o Sudeste
Asiático são as regiões com maior incidência de doenças de origem alimentar e
com maior número de vítimas, incluindo crianças abaixo de cinco anos. No caso
do Brasil, as taxas de mortalidade infantil em decorrência de doenças
associadas à alimentação é baixa, e, entre adultos, ainda menor.
No entanto, a incidência de
casos de doença de chagas transmitidos por alimentos no Brasil é citada no
relatório. No país, 70% dos casos agudos registrados entre 2000 e 2010 foram
associados ao consumo de alimentos. Segundo o relatório, estes indicadores
reabrem o debate sobre qual seria a principal fonte de transmissão da doença,
associada até o momento a via vetorial.
“O risco das doenças
relacionadas a alimentos é mais severo em países de baixa e média renda, ligado
ao preparo de comida com água contaminada; má higiene e condições inadequadas
na produção de alimentos e no armazenamento; baixos níveis de alfabetização e
educação; e legislação sobre segurança alimentar insuficiente”, segundo
relatório.
O documento enfatiza a
ameaça global gerada pelas doenças de origem alimentar e reforça a necessidade
de que governos, indústria de alimentos e indivíduos façam mais para tornar os
alimentos seguros e prevenir doenças deste tipo.
Jorge André Irion Jobim. Advogado
de Santa Maria, RS
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/550004-mais-de-420-mil-pessoas-morreram-por-doencas-transmitidas-por-alimentos-em-2010-revela-oms
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