sexta-feira, 23 de abril de 2010

CONDENADO O ÚLTIMO PRESIDENTE MILITAR ARGENTINO





Ao ler e ouvir a notícia de que o último presidente militar argentino, Reynaldo Bignone, foi condenado a 25 anos de prisão comum por crimes no centro clandestino de detenção e tortura do Campo de Maio dentro das instalações do Exército Argentino, cujas ilegalidades consistiram em detenções e invasões de domicílios, privações da liberdade e aplicação de tormentos e torturas em 56 vítimas, lembrei que há poucos dias foi divulgado um texto assinado pelo major brigadeiro Rui Moreira Lima, militar que integrou a Força Expedicionária Brasileira, que combateu o nazi-facismo na Itália durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), através do qual a Associação Democrática e Nacionalista de Militares, sediada no Rio, diz que a "anistia não pode significar que atos de terror cometidos pelo Estado através de seus agentes e que ensejaram verdadeiros crimes contra a humanidade não possam ser revistos".

Para ele e outros militares da associação, que não apoiaram o golpe de 1964, "anistia não é esquecimento". "Não se pode justificar o Estado Democrático de Direito atual sob o esquecimento e negação da violação de direitos perpetrada pelo regime militar. Não há acordo, pacificação, reconciliação, perdão e/ou reconstrução se a uma das partes é vedada o conhecimento do que efetivamente se passou e quem foram os responsáveis", diz o documento utilizado pelo grupo de militares que foi ao Supremo Tribunal Federal para pedir que os crimes de tortura ocorridos na ditadura não sejam perdoados.

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
Publicado no jornal A Razão de Santa Maria no dia 28 de Abril de 2010

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