No
dia 28 de outubro de 2018, estávamos diante de uma espécie de portal,
consubstanciado em uma urna eleitoral. Tivemos a oportunidade de atravessar este
portal e adentrarmos novamente em um tempo de resgate dos programas de inclusão
social que estavam sendo destruídos gradativamente pelo governo do usurpador e
traidor Temer. Por outro lado, havia a opção de continuarmos a assistir os
escombros de tudo o que havia sido construído nos governos de Lula e Dilma.
Infelizmente, esta foi a opção de um povo manipulado por frases de efeito e
fake news disparadas através de WhatsApp, daquelas que possuem efeito imediato
em pessoas que não gostam de pensar, eis que vocacionadas para a preguiça
mental e que não possuem espírito crítico ou força de vontade para buscarem a
verdade dos fatos.
Bem,
agora é tarde. Vamos ter que, muito a contragosto, aturar por no mínimo quatro
anos, uma caricatura de governo, uma espécie de neonazismo bananeiro, liderado
por um dos políticos mais obscuros, ignorantes e incultos que já frequentaram
nosso congresso nacional. Certamente, mesmo aqueles que o apoiaram, sentirão
vergonha alheia com suas palavras e atos, tamanha é a sua falta de preparo para
o cargo que irá ocupar. Certamente muitos deles, ao menos os que possuem um
mínimo de consciência política, estarão militando ao nosso lado no combate a
esse espúrio governo que está se desenhando logo ali.
Sim,
o 'inominável' pertencente à extrema-direita do espectro político, vem aí com ideias
(terceirizadas, já que, na verdade, ele nada sabe de economia, administração ou
direito constitucional) de neoliberalismo misturado com conceitos ultrapassados
nas questões dos costumes que começarão a ter um retrocesso que nos remeterá a
séculos passados. Questões que já imaginávamos superadas pelos avanços da
sociedade, serão revistas para pior. Ele resgata também em seu programa, uma
espécie de macarthismo tupiniquim tosco e ridículo, com ideias vetustas e
bizarras de conspiração comunista, tudo com o objetivo último de atingir os
movimentos que mais lutam por inclusão social, como o MST e o MTST.
Infelizmente,
é o que teremos que aturar logo ali na frente. A nós, cabe apenas não desistirmos
da luta e continuarmos nosso trabalho de formiguinhas para fazermos o
enfrentamento de todas as árduas batalhas que teremos que enfrentar. Não
podemos esmorecer. Além do poder executivo, teremos que lutar contra um poder
legislativo contaminado pelo que há de pior na política, principalmente no que
diz respeito às bancadas da bíblia, da bala e do boi, e contra um poder
judiciário acomodado e cooptado por altos salários e principalmente, por sua
pusilanimidade na defesa da Constituição Federal.
Enfim,
nosso trabalho é o de resgate da verdadeira, única e eterna política que é a da
inclusão social. Afinal, esta ficção jurídica denominada estado deve estar a
serviço de toda a população, espraiando direitos e oportunidades. Ele não pode
ser utilizado apenas para salvaguardar privilégios de pequenos grupos de elite
sob pena de perder o seu objetivo.
Jorge André Irion Jobim.
Advogado de Santa Maria, RS
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