Registrei
hoje a minha candidatura à Presidência da República, após meu nome ter sido
aprovado na convenção do PT, com a certeza de que posso fazer muito para tirar
o Brasil de uma das piores crises da história. A partir dessa aprovação do meu
nome pelas companheiras e companheiros do PT, do PCdoB e do PROS, passei a ter
o direito de disputar as eleições.
Há
um ano, um mês e três dias, Sérgio Moro usou do seu cargo de juiz para cometer
um ato político: ele me condenou pela prática de “atos indeterminados” para
tentar me tirar da eleição. Usou de uma “fake news” produzida pelo jornal O
Globo sobre um apartamento no Guarujá.
Desde
então, o povo brasileiro aguarda, em vão, que Moro e os demais juízes que
confirmaram a minha condenação em segunda instância apresentem alguma prova
material de que sou o proprietário daquele imóvel, que digam qual foi o ato que
eu cometi para justificar uma condenação. Mas o que vemos, dia após dia, é a
revelação de fatos que apenas reforçam uma atuação ilegítima de agentes do
Sistema de Justiça para me condenar e me manter na prisão.
Chegou-se
ao ponto em que uma decisão de um desembargador que restabelecia a minha
liberdade não foi cumprida por orientação telefônica dada por Moro, pelo
presidente do TRF-4 e pela Procurador-Geral da República ao Diretor-Geral da
Polícia Federal.
Como
defender a legitimidade de um processo em que conspiram contra a minha
liberdade, desde o juiz de primeira instância até a Procuradora-Geral da
República?
Sou
vítima de uma caçada judicial que já está registrada na história.
Tenho
certeza de que, se a Constituição Federal e as leis desse país ainda tiverem
algum valor, serei absolvido pelas Cortes Superiores.
A
expectativa de que os recursos apresentados pelos meus advogados resultem na
minha absolvição no STJ ou no STF é o que basta, segundo a legislação
brasileira, para afastar qualquer impedimento para que eu possa concorrer.
Não
estou pedindo nenhum favor. Quero apenas que os direitos que vêm sendo
reconhecidos pelos tribunais em favor de centenas de outros candidatos há anos
também sejam reconhecidos para mim. Não posso admitir casuísmo e o juízo de
exceção.
O
Comitê de Direitos Humanos da ONU já emitiu uma decisão que impede o Estado
brasileiro de causar danos irreversíveis aos meus direitos políticos – o que
reforça a impossibilidade de impedirem que eu dispute as eleições de 2018.
Quero
que o povo brasileiro possa decidir se me dará a oportunidade de, junto com
ele, consertar este país.
A
partir de amanhã, vamos nos espalhar pelo Brasil, nas ruas, no trabalho, nas
redes sociais, mas, principalmente, olhando nos olhos das pessoas, para lembrar
que esse país um dia já foi feliz e que os mais pobres estavam contemplados no
orçamento da União como investimento, e não como despesa.
Cada
um de vocês terá que ser Lula fazendo campanha pelo Brasil, lembrando ao povo
brasileiro que, nos governos do PT, o povo trabalhador teve mais emprego,
maiores salários e melhores condições de vida.
Que
um nordestino que mora no Sul podia visitar sua família de avião e não somente
de ônibus.
Que
um pobre, um negro ou um índio podia ingressar na universidade.
Que
o pobre podia ter casa própria e comer três vezes ao dia.
Que
a luz elétrica era acessível a todos.
Que
o salário mínimo foi aumentado sem causar inflação.
Que
foi posto em prática aquele que a ONU considerou o melhor programa de
transferência de renda do mundo, beneficiando 14 milhões de famílias e tirando
o Brasil do Mapa da Fome.
Que
foram criadas novas universidades e novos cursos técnicos.
Para
recuperar o direito de fazer tudo isso e muito mais é que sou candidato a
Presidente da República.
Vamos
dialogar com aqueles que viram que o Brasil saiu do rumo, estão sem esperança,
mas sabem que o país precisa resolver o seu destino nas urnas, não em golpes ou
no tapetão.
Lembrar
que, com democracia, com nosso trabalho, o Brasil vai voltar a ser feliz.
Enquanto
eu estiver preso, cada um de vocês será a minha perna e a minha voz. Vamos
retomar a esperança, a soberania e a alegria desse nosso grande país.
Companheiras
e companheiros, o Moro tinha até hoje para mostrar uma prova contra mim. Não
apresentou nenhuma! Fato indeterminado não é prova! Por isso, sou candidato.
Repito:
com meu nome aprovado na convenção, a Lei Eleitoral garante que só não serei
candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pela Justiça Eleitoral. Não
pretendo morrer, não cogito renunciar e vou brigar pelo meu registro até o
final.
Não
quero favor, quero Justiça. Não troco minha dignidade por minha liberdade.
Um
forte abraço,
Lula
https://lula.com.br/quero-que-o-povo-possa-decidir-se-me-dara-a-oportunidade-de-consertar-o-pais-diz-lula-em-carta-apos-registro/
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