O
Superior Tribunal de Justiça (STJ) autoriza um credor a sequestrar a carteira
de motorista do devedor, atropelando todos os princípios que impedem as penas
indiretas.
O
corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autoriza um juiz a presidir
julgamentos armado de revólver. A inacreditável Carmen Lúcia, presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal) e do CNJ minimiza, dizendo que a decisão não está
definindo normas, mas analisando um caso particular, como se a jurisprudência
não fosse formada pelos julgamentos de casos particulares.
O
Ministro Luis Roberto Barroso muda o princípio da irrelevância, sustentando que
quem é reincidente em crimes de pequena monta, torna-se relevante. Ou seja, o
furto de uma caixa de fósforos é irrelevante; de duas, passa a ser.
Na
Câmara, um ex-advogado da Odebrecht acusa frontalmente o melhor amigo do
principal símbolo da luta anticorrupção de cobrar US$ 5 milhões em propina para
influenciar o acordo de delação. Apresenta documentos periciados da proposta de
suborno e da proposta de delação que lhe foi enviada no dia seguinte por
procuradores da Lava Jato. E a imprensa se cala, enquanto no Principado de
Mônaco, o principal símbolo da luta anticorrupção experimenta o gozo supremo de
se confraternizar com a elite do mundanismo global.
A
Procuradora Geral da República considera que a greve dos caminhoneiros afronta
direitos básicos da população, mas se cala ante a explosão dos preços do gás
que devolve famílias para a era da lenha.
O
sub-procurador envia os processos do político amigo para o Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) de São Paulo. E, na semana seguinte, denuncia que os TREs são
tribunais contaminados pelos interesses privados – mas não volta atrás em sua
decisão.
No
Palácio do Planalto, o país continua sob o comando de um presidente que o país
inteiro aguarda que seja preso assim que deixar o poder. E ele continua
planejando as maiores tacadas da história, à luz do dia, e no escurinho da
noite, como se tudo transcorresse dentro da normalidade.
Ao
mesmo tempo, o PCC amplia seu poder econômico e seu domínio sobre as periferias
das metrópoles, estendendo sua influência sobre o interior. E ninguém tem
dúvida de que o próximo Congresso terá uma bancada eleita pelo crime
organizado, outra pelas igrejas, outra por policiais. E outra, obviamente,
pelos filhos de Eduardo Cunha e Michel Temer.
O
Ministro Luis Roberto Barroso, que tornou-se Ministro devido à sua atuação
pública pro bono em causas humanitárias, enquanto elaborava pareceres discretos
(e caros) em favor do amianto, da CBF e da Globo, diz que o Brasil encontrou o
caminho do futuro.
Há
um cheiro de podre no ar com o caráter do brasileiro. E, por brasileiro, não se
entenda a empregada do amigo de Barroso, que acumulava o salário de doméstica
com o Bolsa Família.
https://jornalggn.com.br/noticia/os-descaminhos-da-justica-e-o-carater-do-brasileiro-por-luis-nassif
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