Durante
muito tempo, a imagem-símbolo do 1° de Maio no
Brasil foram os comícios de Getúlio Vargas no estádio de São Januário,
no Rio de Janeiro. Num deles, há exatos 75 anos, anunciou-se a CLT, ainda hoje
e apesar dos ataques que sofre, a maior garantia do trabalhador.
Depois,
desde 1978, a imagem do trabalho ficou sendo a de outro estádio, o de Vila
Euclides, em São Bernardo do Campo, onde os metalúrgicos faziam uma greve por
melhores salários, ainda em plena ditadura militar. À frente dela, um Lula de
cabelos e barba ainda fartos e pretos, surgia na cena brasileira.
40
anos depois, o 1° de maio tem como símbolo uma prisão.
O
país está transformado num estado policial, onde a política é feita por
delatores, promotores e juízes.
Contra
os dois símbolos da luta do povo brasileiro por sua afirmação e da elevação do
trabalho a valor capaz de produzir esta identidade, esta camada dos
controladores do Estado brasileiro levantou-se assim que pôde, com métodos
fortemente assemelhados.
A
República de Curitiba é o sucedãneo da República do Galeão: um centro de
pressões e armações que visa, desde o início, a um objetivo, colocar Lula na
cadeia.
Se
a este objetivo alcançou, de outro está a cada dia mais distante: o de tirá-lo
das mentes dos brasileiros.
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