Uma
decisão da 2ª Turma do STF, hoje, fez, finalmente, o óbvio.
Tirou
do açougue de Curitiba as delações da Odebrecht que se referem a supostos
favorecimentos em reformas no Sítio de Atibaia, a compra do terreno para o
Instituto Lula que jamais foi do instituto Lula e as palestras dadas pelo
ex-presidente.
O
motivo? Como não há, nas investigações, nenhuma relação entre estas denúncias e
contratos da Petrobras, que dariam a Sérgio Moro a desejada distribuição por
conexão e continência do processo.
A
violação do princípio do juiz natural, que vem sendo denunciada aqui e em toda
parte, transformo a 13ª Vara Criminal de Curitiba num tribunal de exceção, com
um leque, segundo o próprio MPF, de mais de mil procedimentos instaurados.
Faça
a conta: se Sérgio Moro der apenas três dias de atenção a cada um deles, seriam
mais de 11 anos, no caso de aplicar-se todos os dias úteis a isso, de segunda a
sexta, sem se dedicar à sua vasta agenda de palestras, homenagens, prêmios e
viagens ao exterior.
Creio,
porém, que, mesmo sendo um avanço – o maior havido até agora contra a
transformação do Judiciário do “Tribunal do Moro” -é tarde demais.
Salvo
exceções, tudo o que se permitiu a ele fazer nestes quase quatro anos de Lava
Jato deformou boa parte da magistratura nacional.
Quem
duvidar, veja o espetáculo deprimente da desembargadora do Rio e o recentíssimo
do juiz da 2ª Vara Criminal de Petrópolis, Afonso Henrique Castrioto Botelho,
que sugeriu “cuspir, chutar a bunda e dar bolachas” na senadora Gleisi
Hoffmann.
Ainda
assim, preparem-se: a mídia vai urrar e vão sobrar associações de promotores e
juízes a dizer que entregar uma investigação nas mãos de outros juízes que não
sejam Moro é “a impunidade”, quando nem mesmo garantia de imparcialidade é.
http://www.tijolaco.com.br/blog/tarde-demais-stf-comeca-admitir-que-moro-nao-e-o-juiz-do-universo/
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