Alguns
juízes usam o instrumento jurídico para fazer perseguição política, tomam
posições claramente partidárias.
É
esse o Poder Judiciário que quer julgar Lula?
Todos
os dias recebemos notícias dando conta de “malandragens” de alguns membros do
Poder Judiciário brasileiro, apesar da imprensa burguesa os defender.
A
Constituição Federal, que eles deveriam defender sob juramento, determina que
nenhum funcionário público pode ganhar mais do que o presidente da República. O
salário é de R$ 35 mil mensais. Os jornais denunciaram que o salário médio de
todos os juízes do Brasil é de R$ 47 mil reais por mês.
Muitos
deles têm ainda auxílio moradia, embora more na própria casa, além de bolsa
para comprar livros, gravatas, motoristas, assessores, etc.
Nas
decisões políticas têm sido a mesma coisa.
O
maior problema da ação dos magistrados está na política. Alguns juízes usam o
instrumento jurídico para fazer perseguição política, tomam posições claramente
partidárias.
Em
Curitiba, por exemplo, na operação Lava Jato, nenhum tucano foi condenado ou
preso.
Em
Minas Gerais, faz 20 anos que segue o processo contra o ex-governador do
estado, Eduardo Azeredo, com inúmeras provas e nada. Abundam denúncias e provas
contra o governo de Beto Richa, no Paraná, com propinas, mensalão a políticos,
etc. Mas mesmo assim ele não responde a nenhum processo.
O
dono de um helicóptero carregado de cocaína, pego pela PF, é um senador:
Gustavo Perella. O mesmo senador recebeu dois milhões de propina destinadas ao
Sr. Aécio Neves pagos pelo grupo JBS. Ninguém está preso. Porém, o jovem Rafael
Braga, pego com uma garrafa de guaraná durante uma manifestação no Rio de
Janeiro, em 2013, foi enquadrado na Lei do antiterrorismo e está preso há cinco
anos, sem direito a habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro.
A
primeira sentença do Juiz Sérgio Moro contra Lula é apenas um ato de
exibicionismo e vaidades. Para demonstrar essa parcialidade, recentemente nada
menos do que 101 juristas, todos professores universitários de Direito, fizeram
um livro para contestar cada parágrafo de sua sentença. Nenhum dos juristas é
petista.
Sua
sentença não se baseia no processo, nas provas ou testemunhas, como diz a lei,
apenas em convicções pessoais de que Lula é culpado. E o condenou.
Na
maior corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), sobram exemplos de
malandragens, benefícios, falcatruas de diversos de seus membros. Mas a obra
prima do coletivo do STF foi ter aceito o processo de impeachment da presidenta
Dilma, sem que houvesse crime e muito menos provas. Se comportaram apenas para
atender os interesses da burguesia que precisava dar um golpe para jogar todo
peso da crise econômica sobre a classe trabalhadora.
Quem
precisa sentar no banco dos réus não é o Lula, mas o Poder Judiciário. O povo
sabe que não pode contar com a justiça que só defende os interesses dos
abastados. É o poder dos ricos contra os pobres, legitimado pela manipulação de
leis.
O
Brasil precisa urgentemente de uma reforma do Poder Judiciário, como parte da
reforma política geral. Que sabemos, somente virá no futuro com uma Assembleia
Constituinte. A sociedade e o povo precisam ter algum tipo de controle sobre o
judiciário. No mínimo os cargos de instâncias superiores precisam ser eleitos
pelo povo, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, não mais indicados
pelos políticos a seu bel-prazer. Os cargos não podem ser vitalícios, precisam
ter mandato, entre outras mudanças necessárias.
É
esse o Poder Judiciário que quer julgar Lula?
Que
moral tem a “República de Curitiba” com seus devaneios, que em vez de processar
corruptos, inviabilizou dezenas de empresas nacionais, da construção civil, da
construção naval, da indústria petroleira, com milhares de trabalhadores
desempregados?
A
quem interessava tudo isso?
Que
influência tem os interesses do capital estadunidense e da “Companhia” sobre a
República de Curitiba, só a historia revelará.
Todos
sabemos que os bancos e o sistema financeiro são os principais financiadores
das campanhas políticas, e por tanto, da corrupção. Todos conhecem suas
influências no Congresso e no Judiciário para abocanhar mais de 40% de todo
orçamento da União. Alguém viu algum processo sobre as influências do Bradesco,
Itaú, Santander, Banco Pactual, Opportunitty?
O
que o Poder Judiciário de Curitiba precisa é derrotar a classe trabalhadora e
manter o poder político sob hegemonia da burguesia, seja na mídia, no próprio
Judiciário, no Congresso e no Executivo.
Esses
processos são na verdade parte do golpe que começou destronando a presidenta
Dilma. Seguiu com as contra reformas em curso e agora precisa se completar com
o impedimento de Lula ser candidato. A burguesia sabe que a crise econômica,
social, ambiental e política é grave e sua recuperação será longa. Para isso
precisa jogar todo o peso da recuperação do capital sobre as costas da classe
trabalhadora, e para isso precisa ter o controle de todos os poderes: mídia,
Judiciário, Congresso e Executivo. Um provável retorno de Lula ao Executivo
impediria o processo de contra reformas.
Esse
é o papel que o Poder Judiciário, a Procuradoria Geral da República e a Polícia
Federal estão cumprindo nesse momento.
O
único poder que tem direito e moral para julgar o Lula é o povo pelas nas
urnas. Por isso, além da luta pelas reformas política, do poder judiciário e
dos meios de comunicação, precisamos garantir o direito de Lula ser candidato à
presidência, pois ele representa a defesa e os interesses da classe trabalhadora
para enfrentar a crise.
Por
tudo isso, iremos a Curitiba em vigília, atentos às medidas do Sr. Moro. Por
isso, iremos a Porto Alegre, atentos aos julgamentos do Tribunal Federal
Regional. Por isso, iremos quantas vezes forem necessárias a Brasília para
lutar pela democracia, contra os golpistas e por verdadeiras mudanças no país.
https://www.brasildefato.com.br/2017/09/12/artigo-or-o-poder-judiciario-no-banco-dos-reus/
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