O
ministro de Lula mais elogiado por FHC, Serra, Aécio e Alckmin, tendo inclusive
palestrado sob aplausos para plateia tucana, enfim revela seu amor verdadeiro.
Ao depor ao suposto juiz Sérgio Moro, sem provas do que diz, sustenta ter
havido um "pacto de sangue" entre o PT e Lula com a empreiteira
Odebrecht.
Porém
o pacto por ele "revelado", à moda de filme infantil da sessão da
tarde da rede Globo, esconde muito mal o verdadeiro, aquele que ensejou sua
fábula infantil, contada a partir de "colinhas" de recortes de papel,
e de enredo tosco: o pacto entre ele e o vendedor de sentenças do mercado de
delações de Curitiba, que para lhe reduzir a pena, exige em seu depoimento o de
sempre: a citação de Lula, a qualquer pretexto, com ou sem provas.
Palocci
foi na era Lula a voz do mercado dentro do governo, todos o sabem, ele jamais
fez questão de disfarçar, nem Lula tinha outro papel para ele a não ser esse.
Afinal, ainda que em um governo de esquerda, num regime capitalista com um pé
na escravidão e o resto do corpo na selvageria neoliberal, alguém tinha que ser
o embaixador junto aos donos do "mercado" - e, nesse caso, ninguém
mais qualificado do que um agente que carregava uma estrelinha do PT na lapela
do paletó e que perseguia outra estrela mais sedutora e brilhante: a do dinheiro,
que lhe garantia livre trânsito entre banqueiros e aplauso fácil de tucanos.
Quem
não conhece a carreira de Palocci talvez se abisme agora com sua fábula
infantil e seu pacto de sangue com Sérgio Moro. Porém, quem acompanha a
política brasileira se surpreende por outra razão: a de ele não ter roído a
corda há mais tempo, pois a estrela de Joaquim Silvério dos dos Reis estava
cravada em sua testa desde quando, ainda no governo Lula, insinuou-se ao
"mercado" como possível sucessor de Lula na presidência. Palocci é
como aqueles conselheiros servis dos filmes de aventura da sessão da tarde da
Globo: por sob seu rastejar, mora o frasco de veneno que deitará na taça do
mocinho da história. E, como nesses filmes, se dará mal.
http://amplexosdojeosafa.blogspot.com.br/2017/09/o-pacto-de-sangue-moro-palocci.html
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