Pois
não é que aquele guitarrista de uma banda de rock e a baterista de um grupo de
meninas que há 45 anos se uniram pensando em mudar o mundo através da força das
canções ainda continuam juntos?
É,
e apesar de todos os prognósticos feitos à época de que éramos duas crianças e
que o casamento não iria durar um ano, deu tudo errado para os aprendizes de
videntes. Continuamos juntos e podemos dizer que construímos uma bela família,
com três filhos iluminados que, embora criados fora dos padrões ditos
"normais", com pouco dinheiro, mas cercados de instrumentos musicais
e ensaios que se prolongavam pelas altas madrugadas, seguem por este mundo
afora jogando sementes de solidariedade pelos caminhos por onde passam.
Bem,
não conseguimos mudar o mundo conforme queríamos, mas o tempo e as situações
inusitadas pelas quais passamos nesta vida de músico e mais tarde, eu como
operador do direito e ela como massoterapeuta, causaram muitas mudanças
internas em nós dois, transformações estas que nos lapidaram em muitos sentidos
e que acabam se refletindo sempre nas pessoas que nos cercam.
Sim,
continuamos querendo mudar o mundo, mas assim, fazendo um trabalho de
formiguinhas, plantando uma semente aqui, outra acolá, mas sempre semeando na
esperança de que um dia possamos ver florescer um novo tempo em que a solidariedade,
a harmonia e o amor venham a se sobrepor sobre o consumismo, o patrimonialismo
e o capitalismo que ainda insiste em continuar coisificando as pessoas e
destruindo o planeta.
Não
sabemos quanto tempo ainda temos na face da terra, mas enquanto aqui
permanecermos, continuaremos nossa luta cada vez mais unidos e seguindo sempre
o lema de que, para atingirmos nossos objetivos, devemos FAZER DE QUALQUER
LUGAR UM PALCO E DE QUALQUER PESSOA, UMA PLATÉIA.
Um
abraço a todos de Jorge André Irion Jobim e Clarinha Mossatte Jobim

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