Sabe
aquela turma que se vestiu de verde e amarelo e saiu às ruas para protestar
contra a corrupção? Pois é: foram todos enganados. Com o golpe de 2016, o
Brasil trocou uma presidente honesta, e também a primeira mulher a ocupar o
cargo, pelo chefe de uma máfia, segundo a Polícia Federal. Contra Dilma
Rousseff, não há a acusação de que ela tenha desviado um clips do Palácio do
Planalto. Contra Michel Temer, as evidências apontam propinas de R$ 31,5
milhões, sem contar os amigos que o cercam – um deles, Geddel Vieira Lima, em
cujo bunker foram encontrados nada menos que R$ 51 milhões em propinas. É uma
situação vergonhosa e a única saída digna seria a anulação do golpe e um pedido
coletivo de desculpas a Dilma
Quem
vê de fora não conseguirá jamais entender o Brasil. Que país é esse em que a
população sai às ruas e se veste com as cores nacionais para protestar contra a
corrupção e, ao longo desse processo, depõe uma presidente honesta e a
substitui por um chefe de quadrilha, segundo a Polícia Federal?
Pois
foi isso o que aconteceu no Brasil. De acordo com o organograma apresentado
hoje pelos policiais federais, Temer é o chefe de uma máfia montada para
assaltar o País. Entre seus amigos, há vários presos. Um deles, Geddel Vieira
Lima, apanhado num bunker onde se fez a maior apreensão de dinheiro sujo da
história do Brasil: R$ 51 milhões. Outro, Eduardo Cunha, flagrado com várias
contas no exterior. No powerpoint da PF, aparecem ainda o presidiário Henrique
Eduardo Alves e outros, como Moreira Franco e Eliseu Padilha, que se mantêm
protegidos graças ao foro privilegiado.
Usurpadores
do poder, os amigos de Temer, ao que tudo indica, continuaram assaltando o
Estado. Nesta terça-feira, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, autorizou uma investigação contra Temer e Rodrigo Rocha Loures, seu
homem da mala, por propinas pagas no Porto de Santos (SP) pela empresa
Rodrimar.
Contra
a presidente legítima Dilma Rousseff, no entanto, não há a acusação de que ela
tenha desviado um clips do Palácio do Planalto. Ter Temer e sua quadrilha
(segundo a PF) no poder é uma situação vexatória para o Brasil e a única saída
digna seria a anulação do golpe e um pedido coletivo de desculpas a Dilma. Mas
isso, evidentemente, não acontecerá graças ao povo brasileiro, que protestou
contra a corrupção para instalar uma máfia no poder.
Abaixo,
reportagem da Agência Brasil sobre a nova investigação contra Temer:
André
Richter - Repórter da Agência Brasil
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu hoje
(12) abrir inquérito para investigar o presidente Michel Temer e o ex-deputado
federal Rodrigo Rocha Loures, além de mais dois empresários, por suspeitas de
crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
O
pedido de abertura de investigação foi feito pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, para apurar suspeitas de recebimento de vantagens
indevidas dos envolvidos pelo suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por
meio da edição do Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017).
O
pedido de abertura do inquérito chegou ao Supremo em junho e foi remetido ao
ministro Edson Fachin. Ao receber o processo, o ministro entendeu que o caso
deveria ser redistribuído a outro integrante da Corte por não ter conexão com o
inquérito que envolve Temer a partir das delações da JBS.
Nesta
semana, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, determinou uma nova
distribuição e Barroso foi escolhido o novo relator.
Para
Janot, a edição do decreto "contemplou, ao menos em parte, as
demandas" de Rocha Loures em favor da Rodrimar.
Com
a decisão do ministro Barroso, também serão investigados os empresários Ricardo
Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos ligados à empresa.
https://www.brasil247.com/pt/247/poder/316856
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