O
governo de Temer é dessas aberrações a serem destruídas. Na verdade, nada do
que se refere a esse indivíduo deve sobrar, ser ou estar na paisagem política.
Nem vou falar do que todo mundo já sabe, seria enorme perda de tempo. Governo
de criminosos, de rentistas, latifundiários e de assassinos.
Mas
a questão central e decisiva deste que é o mais perverso e cruel golpe da
história brasileira é que a política está relativizada e ferida de morte porque
o ambiente das interações e intercâmbios políticos é nocivamente relativizado;
as institucionalidades de Estado e que, a bem da verdade, sempre funcionaram
mal e tropegamente, agora desservem abertamente em prol da "ordem" e;
quando operam, evidentemente, se enfileiram caninamente em favor da maior
regressão civilizacional desse país desde que a república fora por aqui
implantada.
Longe
de ser panfletário mas a grande verdade é que só a subversão, a desobediência
civil nos salva! Não há Supremo, parlamento, cretinices afins ou isso ou aquilo
e que bloqueie essa pletora destrutiva!
O
salvamento, por sinal, de Temer e de respectiva camorra, no infame 02/08, a
partir da sangria desatada de bilhões de reais em menos de quarenta e oito
horas; aliás, esse fatídico demonstra sem qualquer lapso de dúvidas de que a
corrupção no país acaba de adentrar em outro nível de existência e ocorrência;
inaugura nova frequência de atuação e operação na muito perigosa raia da política
pública; é crime pleno em seu viés normativo, público e estatal. Já é corrupção
como regra, burocracia, procedimento e forma de governo.
É
espantoso porque o acontecido não apresenta termo de comparação na história
política brasileira. O que fora feito não é recomposição de base política, de
re-feitura de apoio político-parlamentar... Nada disso! Aliás, esse governo
não-convencional está pouco se lixando com base social, política ou popular.
Opera na gestão da carência e da escassez. "Quer? Toma... Apenas me
sirva!" É perversão política no seu pior ensejo e realização.
E
o mais dramático do "queima" que salvou Temer é que esse oceano de
dinheiros fora liberado para projetos não refletidos ou discutidos, para
iniciativas não auditadas ou melhoradas por meio de seminários, encontros ou
debates públicos. O custoso de toda essa tramoia é que as torneiras foram
escancaradamente abertas para ambientes municipais ou regionais degradados em
três anos de intensa e danosa austeridade fiscal e orçamentária. São espasmos
caóticos de orçamentos geridos na pressa e na ligeireza que a crise política
exige! É a porção de cocaína para a maior crise de abstinência já vivida por
esse estranho paciente de nome Brasil. Ao fim, a dependência só irá aumentar.
Governo
esquizofrênico, patológico e desviado de qualquer via de decência ou moralidade
pública na medida em que impõe novos padrões de miséria e pobreza para um povo
historicamente abandonado e aviltado enquanto se abre e libera as burras para
meio pingando de proprietários ricos e privilegiados às expensas, obviamente,
do dinheiro da sociedade.
Milito,
torço e espero pela queda, pelo fim e pelo desmonte integral dessa grande
desgraça e que se abateu sobre a vida nacional. Repito, só a desobediência
civil, ativa e militante salva o que restou de Brasil.
Por Ângelo Cavalcante -
economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus
Itumbiara.
http://www.dimasroque.com.br/2017/08/pela-desobediencia-civil-por-angelo.html
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