A
salvação de Temer, acusado de corrupção, além dos prejuízos políticos para o
país, tem um custo econômico altíssimo. Os R$ 11 bilhões em aumento de impostos
anunciados essa semana já são reflexos do uso indevido e irresponsável da
máquina pública que Temer faz para comprar votos na Câmara e tentar se salvar.
A
estimativa inicial que se faz, por baixo, é que o valor que está em jogo chega
próximo aos R$ 300 bilhões. Isso mesmo, R$ 300 bilhões! E essa quantia pode ser
ainda maior até o dia 2 de agosto, data da votação.
Primeiro
foram os 2 bilhões em emendas para comprar votos na Câmara. Depois, a sanção da
lei que regulariza terras públicas ocupadas ilegalmente por grandes fazendeiros
na Amazônia, em atendimento à bancada ruralista. Segundo cálculo da ONG Imazon,
isso representa uma perda de pelo menos R$ 19 bilhões de patrimônio público.
Nos
últimos dias, como já mencionado, veio o aumento dos impostos. E agora, o
governo se debruça sobre a proposta que prevê R$ 220 bilhões em perdão de
dívidas (Refis) para os grandes sonegadores do país, incluindo muitos parlamentares
que são donos de empresas. Esse instrumento certamente será usado como moeda de
troca para que Temer dê continuidade ao seu plano de compra de votos.
Além
disso, no pacote de Temer, há também a MP do Funrural, que soma mais R$ 26
bilhões, e a promessa para acelerar a tramitação do projeto que libera a venda
de terras para o capital estrangeiro no Brasil, atendendo a mais uma demanda da
bancara ruralista no Congresso.
Apenas
nesta operação, para se salvar, adiar sua prisão e de seus assessores próximos,
como Moreira Franco e Eliseu Padilha, Michel Temer está repassando uma conta
para o país de quase R$ 300 bilhões, valor correspondente a cerca de 10 anos de
Bolsa Família.
Certos
da impunidade, um dos vice-líderes do governo Temer na Câmara chegou a afirmar
que o Palácio do Planalto será generoso com os deputados "fiéis" por
meio "instrumentos orçamentários" e manutenção de apadrinhados
políticos.
Flagrado
negociando a compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia, indicando Rodrigo
Rocha Loures para receber malas de propinas da JBS e denunciado por corrupção
passiva, Temer, em suas últimas jogadas, indica a continuidade de suas práticas
criminosas.
Há
cerca de 15 dias, juntamente com os deputados Wadih Damous, Paulo Teixeira e
Henrique Fontana, apresentei denúncia à Procuradoria Geral da República sobre o
uso do cargo de presidente da República por Michel Temer para compra de votos
contra a acusação de corrupção de que é alvo. Certamente, a sociedade
brasileira aguarda uma manifestação da PGR sobre esses episódios antes da
votação.
A
democracia brasileira foi comprada pela turma de Temer sob o silêncio do
sistema de Justiça do país. Será que eles irão calar novamente?
https://www.brasil247.com/pt/colunistas/paulopimenta/307692/Vale-Tudo-salva%C3%A7%C3%A3o-de-Temer-custar%C3%A1-R$-300-bilh%C3%B5es-aos-brasileiros.htm
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