Num momento tão delicado como esse, em que o
mundo volta a falar em guerra nuclear, em que escaramuças, intrigas e atritos
envolvendo os três mais poderosos países do mundo – Estados Unidos, China e
Rússia – com a participação não menos insinuante da pequena, mas agressiva
Coréia do Norte, nos deixa apreensivos a todos, termos à testa do país um
presidente que mais se assemelha a um fósforo queimado e um governo
invertebrado é um insulto, uma vergonha e um perigo.
É inaceitável que uma das potências mundiais
seja governada por uma pessoa cujo único itinerário, quando no Brasil, é do
Palácio do Jaburu pro Palácio do Planalto e do Palácio do Planalto pro Palácio
do Jaburu.
Uma pessoa, que em virtude de sua situação
juridicamente duvidosa – acusado de corrupção em pleno mandato pela
Procuradoria Geral da República – não tem laços com nenhum líder mundial.
A comunidade mundial sabe que ele pode ser
afastado em uma semana.
Temer é um presidente-fantasma de um
trem-fantasma chamado Brasil.
Não sabemos para onde ele nos leva, a única
certeza é que a viagem se dá num cenário de terror.
Ninguém que fala inglês quer papo com ele.
Ninguém telefona para ele. Ninguém o convida para reuniões importantes.
Ocupado com a compra explícita de votos para
não ser demitido – embora já o tenha sido pelos brasileiros – não é
surpreendente que não diga nada a respeito dessa crise gigantesca, um tsunami
que se prenuncia: não tem tempo para pensar em outra coisa senão em manobras
para evitar descer a rampa com tornozeleira.
Não sabemos de que lado ele está. Não
sabemos de que lado o Brasil está.
Se está comprometido com o BRICS deve ficar
ao lado de China e Rússia, mas a diplomacia brasileira é totalmente submissa a
Trump.
Como ficamos então? Continuamos no BRICS
apesar da paixão irrefreável pelo presidente americano?
Ou abandonamos o BRICS apesar de ser a
aliança que pode alçar o Brasil a patamares mais altos na economia mundial,
onde merecemos estar?
Eu
acho que China, Rússia e Coréia do Norte estão unidas no movimento que tem por
objetivo colocar os Estados Unidos contra a parede. Não destruir, mas
encurralar. A Coréia é o cachorro que late, mas late porque sabe que tem na
retaguarda dois cachorros que mordem.
Escolheram esse momento de fragilidade da
administração Trump, que passa por trepidações desde que se formou para afastar
definitivamente os Estados Unidos do topo do mundo.
China, Rússia e Coréia do Norte sabem que
sozinhas não têm cacife para tomar o lugar, mas unidas podem frear a sede de
poder americana.
Eu gostaria muito de saber o que o nosso
líder ou o seu ministro das Relações Exteriores pensam de tudo isso, mas eles
não enxergam nada além da Venezuela.
https://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/308970/Temer-%C3%A9-o-presidente-fantasma-de-um-trem-fantasma-chamado-Brasil.htm
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