O
ex-membro do Conselho de Administração da Petrobras e do Comitê de Auditoria da
companhia Fábio Barbosa prestou depoimento nesta segunda-feira, 12, ao juiz
Sérgio Moro no âmbito da ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para
o advogado de Lula na ação, Cristiano Zanin Martins, o depoimento de Fábio
Barbosa desmonta a tese do Ministério Público Federal, de que havia um esquema
de corrupção sistêmica na Petrobras com conhecimento do ex-presidente Lula.
"O
testemunho de Barbosa torna evidente na petrolífera uma estrutura corporativa
ampla e sofisticada com sistemas e procedimentos para a tomada de decisão, tais
como conselho fiscal permanente, conselho de administração, ouvidoria e comitê
de auditoria. A companhia é também submetida a auditorias externas. Na função
de conselheiro, disse nunca ter tido conhecimento de qualquer irregularidade
nos 8 contratos objeto da denúncia. Barbosa foi eleito para o conselho de
administração pelo grupo de acionistas minoritários e frisou atuação
independente no cargo", diz Zanin.
O
advogado de Lula disse também que o empresário Emílio Odebrecht foi novamente
ouvido por Moro. "Emílio, um dos principais delatores da Odebrecht,
esclareceu não ter conhecimento de qualquer detalhe relativo aos contratos
selecionados pelo MPF para fazer a acusação contra Lula e tampouco tem
conhecimento de relação desses contratos com o suposto imóvel para o Instituto
Lula. Esse depoimento reforça os testemunhos já coletados no dia 5/6, ocasião
em que o próprio Emílio e outros executivos do grupo reconheceram que Lula
jamais teve a posse ou a propriedade desse imóvel", diz o texto.
Leia
a nota na íntegra:
"Nota
É
cada vez mais difícil manter de pé a acusação do Ministério Público Federal de
existência de corrupção sistêmica na Petrobras e com o conhecimento do
ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva. Nesse sentido, foi definidor o
depoimento de Fábio Barbosa hoje (12/6) ao Juízo da 13ª Vara Federal Criminal
de Curitiba. Ele compôs o Conselho de Administração da Petrobras e o Comitê de
Auditoria da empresa sendo, nesse Comitê, perito financeiro para fins da
Sarbanes Oxley (SOX), no período de 2003 a 2011. A SOX é uma lei americana de
2002, que estabelece procedimentos de verificação e controles dos aspectos
financeiros da empresa, implantados na Petrobras, considerando que a companhia
tem ADRs negociadas na Bolsa de Nova York.
O
testemunho de Barbosa torna evidente na petrolífera uma estrutura corporativa
ampla e sofisticada com sistemas e procedimentos para a tomada de decisão, tais
como conselho fiscal permanente, conselho de administração, ouvidoria e comitê
de auditoria. A companhia é também submetida a auditorias externas. Na função
de conselheiro, disse nunca ter tido conhecimento de qualquer irregularidade
nos 8 contratos objeto da denúncia. Barbosa foi eleito para o conselho de
administração pelo grupo de acionistas minoritários e frisou atuação
independente no cargo.
Relatou
ainda que, na estrutura da Petrobras, a eleição de diretores é incumbência do
conselho de administração, que avalia nomes levados pelo presidente executivo
da companhia. Disse que não havia porque rejeitar nomes como os de Paulo
Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque, considerando os currículos
profissionais e os longos anos de companhia que cada um tinha e que, àquela altura,
não se tinha conhecimento de qualquer elemento desabonador.
Após
TRF4 ter reconhecido cerceamento à defesa de Lula na audiência do dia 5/6,
Emílio Odebrecht foi hoje novamente ouvido. Reforçou que seus contatos com Lula
seguiram sempre o padrão que manteve com Fernando Henrique Cardoso e com os
demais ex-presidentes da República. O objetivo desses encontros era debater
assuntos de interesse do Brasil, relacionados à área tão estratégica como a de
óleo e gás.
Emílio,
um dos principais delatores da Odebrecht, esclareceu não ter conhecimento de
qualquer detalhe relativo aos contratos selecionados pelo MPF para fazer a
acusação contra Lula e tampouco tem conhecimento de relação desses contratos
com o suposto imóvel para o Instituto Lula. Esse depoimento reforça os
testemunhos já coletados no dia 5/6, ocasião em que o próprio Emílio e outros
executivos do grupo reconheceram que Lula jamais teve a posse ou a propriedade
desse imóvel.
O
coronel Geraldo Corrêa de Lyra Júnior, ajudante de ordem do ex-Presidente por 5
anos, responsável pela cumprimento de sua agenda no Brasil e no exterior,
também prestou depoimento, afirmando nunca ter presenciado a prática de
qualquer ato ilícito ou solicitação de vantagens indevidas por Lula,
ressaltando que tudo que ouviu no período em que exerceu sua função é
"motivo de orgulho" para o País.
Cristiano
Zanin Martins"
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/300839/Depoimento-desmonta-tese-de-que-Lula-conhecia-corrup%C3%A7%C3%A3o-na-Petrobras-diz-Zanin.htm
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