O
Índice de Gini, que mede o nível de desigualdade social, voltou a subir no
Brasil após 22 anos consecutivos entre queda e estabilidade. Em 2016, ano do
golpe, o coeficiente atingiu 0,5229, o que representa um aumento de 1,6% em
relação ao ano anterior.
Em
bom português, o resultado apresentado dessa equação equivale a dizer que pela
primeira vez em mais de duas décadas o terrível fosso social que separa a elite
brasileira da enorme maioria da população voltou a crescer.
Eis
a síntese definitiva do golpe de Estado patrocinado pela plutocracia brasileira
sob a hipócrita falácia de combate à corrupção que no final das contas colocou
no poder o apogeu da canalha política desse país.
Sejamos
francos, seria um consórcio formado por delinquentes como Michel Temer, Aécio
Neves, Romero Jucá, Eliseu Padilha, Aloysio Nunes, José Serra, Geddel Vieira e
et caterva a salvar esse país da corrupção?
Seja
como for, essa nunca foi a grande questão. A mídia familiar, a política
coronelista e o judiciário partidarizado falam tanto em corrupção – sobretudo
após a chegada de Lula ao poder – porque foi exatamente neste momento que a
verdadeira grande ferida dessa nação começou a ser tratada: a desigualdade
social.
Nos
últimos treze anos o Brasil despontou como referência mundial em matéria de
inclusão social. Nos tornamos um exemplo a ser seguido até pelas principais
potências internacionais. O Bolsa Família influenciou programas similares em
países como Japão e Finlândia.
Como
resultado do combate à desigualdade sócio-econômico, conseguimos retirar da
miséria um contingente de 36 milhões de pessoas em todo o território nacional.
Algo como toda a população do Canadá.
Isso
incomodou profundamente a burguesia nacional. Aqui é preciso enfatizar que vem
fundamentalmente da desigualdade social a principal fonte de renda dos donos
dos meios de produção.
Retirar
uma verdadeira legião de mão-de-obra barata e ociosa da reserva de mercado,
representa, entre outras coisas, uma perigosa ameaça à manutenção das velhas
relações de trabalho.
Não
por acaso, mal o novo governo foi formado e suas primeiras ações refletiram-se
nos violentos ataques à Consolidação das Leis Trabalhistas e ao direito à
aposentadoria do trabalhador que ora enfrentamos .
Soma-se
a isso a estratosférica taxa de desempregados sem qualquer previsão de retornar
ao mercado de trabalho e finalmente voltamos aos gloriosos anos 90 onde a massa
de miseráveis sustentava os privilégios de uma minoria rica e preconceituosa.
Está
assim dada a face mais cruel do golpe. Aos envolvidos, meus mais sinceros
parabéns.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/foi-exposta-a-face-mais-cruel-do-golpe-a-desigualdade-volta-a-crescer-por-carlos-fernandes/
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