Todo
dia 1º de janeiro comemora-se o aniversário da Revolução Cubana. Seja para
homenagear, seja para criticar, o certo é que muitas pessoas relembram a data.
O que nem todos sabem, contudo, é a história por trás da foto que registra um
de seus personagens principais: Ernesto “Che” Guevara.
No
dia 5 de março de 1960, durante uma cerimônia fúnebre que homenageava vítimas
da explosão de um barco em Havana, Cuba, o fotógrafo cubano Alberto Korda
registrou uma imagem de Che em um momento de concentração, parado, em pé, com
um olhar compenetrado. A foto ganharia, mais tarde, o nome de “Guerrillero
Heroico”.
Enquanto
Fidel Castro discursava, Korda, que registrava o evento a cargo do jornal
Revolución, percebeu Che parando por alguns segundos atrás do palanque e
prestando atenção. Antes que ele fosse embora, o cubano clicou duas fotos do
revolucionário argentino, uma na horizontal e outra na vertical. Como nenhuma
das duas foi usada pelo jornal, o fotógrafo apenas as manteve em seu arquivo
pessoal.
Em
1967, enquanto Che combatia o exército boliviano na tentativa de levar os
ideais da Revolução Cubana para toda a América Latina, o editor italiano
Gianfranco Feltrinelli o contatou em busca de retratos do guerrilheiro. Korda o
presenteou com duas cópias da fotografia, que foram editadas e espalhadas em
cartazes poucos meses depois, em outubro, quando as autoridades bolivianas
anunciaram a morte do combatente.
Um
ano mais tarde, em 1968, o artista irlandês Jim Fitzpatrick usou essa foto para
criar uma imagem em alto contraste e a registrou em domínio público. O desenho
se tornaria, a partir de então, um dos ícones mais famosos e uma das imagens
mais reproduzidas do mundo.
Um comunista
Alberto
Korda nasceu em Havana, em 1928. Começou a carreira como assistente de
fotografia e passou a registrar as habaneras, mulheres de sua cidade natal.
Pelo bom trato com elas, acabou se tornando o primeiro fotógrafo de moda de
Cuba. Quando a revolução estourou, foi convidado para trabalhar no jornal
Revolución, principal publicação do Movimento 26 de Julho (M-26-7), do qual
faziam parte Fidel, Che, Raul Castro, Camilo Cienfuegos e os outros
“guerrilheiros históricos” de Sierra Maestra.
Comunista
convicto, Korda nunca se preocupou com os royalties de sua foto. Apenas em
2000, quando uma empresa de bebidas usou a imagem para vender vodka, o cubano
entrou com uma ação legal e saiu vitorioso. Na ocasião, ele disse: “Usar a
imagem de Che Guevara para vender vodka é manchar seu nome e sua memória. Ele
nunca bebeu, ele não era um bêbado. Como um defensor dos ideais pelos quais Che
morreu, eu não sou avesso a sua reprodução por aqueles que desejam propagar sua
memória e a causa da justiça social em todo o mundo.”
Fonte: Catraca
Livre
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/01/che-guevara-historia-foto-mais-famosa-seculo-20.html
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