Nestes
dias horríveis que estamos vivendo, assistindo o sofrimento do ex-presidente
Lula e de sua família, e com o coração cheio de desalento por ver no que nosso
país está se transformando, um dos textos que mais me tocou foi este: a carta
dos advogados de Lula e de sua mulher, Marisa, sobre o que acontece agora, em
termos jurídicos, após o falecimento dela.
É
uma nota não muito longa, mas que machuca por explicitar a dura realidade de
que Marisa morreu sem poder provar que era inocente. Em setembro do ano
passado, o juiz Sergio Moro transformou a mulher de Lula em ré, ao mesmo tempo
que dizia “lamentar” a inclusão de Marisa e “haver dúvidas quanto a seu
envolvimento”.
A
ex-primeira-dama partiu deste mundo com dedos acusadores sobre si. Uma mulher,
como disse aqui e repito, digna e honesta, acusada de ser corrupta. Marisa nem
sequer poderá provar que nada fez de errado, porque, com sua morte, se
extinguem as duas ações penais contra ela. A dor da injustiça fere e me enche
de indignação.
Leiam
abaixo. Reproduzo na íntegra.
***
D.
Marisa não poderá, lamentavelmente, ver triunfar o reconhecimento de sua
inocência por um juiz imparcial.
A
consequência jurídica do seu falecimento nesta data (03.02.2017) será a
extinção, em relação a ela, das duas ações penais propostas – de forma
irresponsável – pelo Ministério Público Federal.
Foi
com muito orgulho que atuamos na defesa de uma pessoa digna e honesta, que foi
injustamente perseguida e vítima de falsas acusações.
Reafirmamos
nossa expectativa de que prevaleça a justiça nas ações que propusemos em seu
favor, com o objetivo de reparar sua honra e imagem e ainda responsabilizar
aqueles que cometeram os atos ilegais e arbitrários que resultaram nas
violações que tanto a impactaram.
Em
4 de março de 2016, D. Marisa teve sua casa invadida por um exército de
policiais e viu sua vida e intimidade, assim como a de seus filhos e netos,
expostas na mídia nacional e internacional. Os danos foram insuperáveis.
Reafirmamos
igualmente o compromisso de lutar por uma justiça imparcial, fundamental ao
Estado Democrático de Direito.
(Assinam:
Cristiano Zanin Martins, Valeska Teixeira Martins, Larissa Teixeira e Roberto
Teixeira)
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2017/02/marisa-e-o-reconhecimento-de-sua.html
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