O
deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirmou, em entrevista ao PT na Câmara nesta
segunda-feira (19), que a decisão do juiz Sérgio Moro de tornar o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva réu pela terceira vez no âmbito da Operação Lava Jato
é mais uma etapa do processo de perseguição ao petista. Além de Lula, acusado
pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, Moro também tornou
réu, entre outras pessoas, a esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, e um de
seus advogados, Roberto Teixeira, acusando-os de lavagem de dinheiro.
A
ação do juiz curitibano acata denúncia formulada pelo Ministério Público
Federal (MPF) relativa a dois inquéritos: um sobre a suposta tentativa de
compra de um terreno destinado ao Instituto Lula e outro sobre a compra de um
apartamento em frente ao que Lula mora em São Bernardo do Campo (SP). Nesses
casos, a defesa alega que o Instituto nunca manifestou interesse em adquirir o
terreno e que o apartamento foi alugado legalmente pelo ex-presidente.
“Esse
é mais um resultado de um trabalho quase científico realizado por setores do
Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do poder Judiciário – com
apoio da grande mídia – de desconstrução da imagem do ex-presidente Lula. Está
mais do que provado que esse juiz não tem isenção nem imparcialidade para
julgar o ex-presidente até pelas vinculações que ele tem com o PSDB”, acusou
Damous.
Ainda
de acordo com o parlamentar, a mesma parcialidade demonstrada por Moro também
tem contaminado parte do Judiciário brasileiro. Damous critica “o vínculo
político de magistrados, que agora tentam tutelar até decisões do Congresso,
como em casos recentes do STF” e acredita que apenas para as ações da defesa no
exterior será possível encontrar justiça para Lula.
“Infelizmente,
a única esperança da defesa de Lula contra essa sanha persecutória e parcial da
Lava Jato está nas ações impetradas no âmbito internacional”, destacou.
No
final de outubro, a Comissão de Direitos Humanos da ONU aceitou preliminarmente
a denúncia apresentada pelos advogados do ex-presidente contra Sérgio Moro. Na
ação, o juiz é acusado de “conduzir o processo contra Lula com parcialidade e
de atropelar o devido processo legal”. A Comissão deu prazo de dois meses para
o Estado brasileiro se explicar sobre a acusação.
Defesa
– Acerca do novo indiciamento, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins,
disse em nota que Lula e Marisa Letícia jamais foram beneficiados "por
qualquer dos dois imóveis indicados na denúncia e muito menos receberam
qualquer vantagem indevida proveniente de contratos firmados pela Petrobras”.
Martins disse ainda que “o advogado Roberto Teixeira agiu sempre dentro do
estrito dever profissional e com a observância de todos os deveres éticos
inerentes à profissão".
Também
em nota, o Instituto Lula reafirmou que “nunca teve outra sede a não ser o
sobrado onde funciona até hoje, adquirido em 1990 pelo Instituto de Pesquisas e
Estudos do Trabalhador (IPET) ”. O órgão reiterou que “todas as doações
recebidas pelo Instituto foram legais, declaradas e dentro da lei e que o
ex-presidente Lula nunca solicitou vantagens indevidas e sempre agiu dentro da
lei antes, durante e depois da presidência da República”.
O
Instituto ressaltou ainda que “a Lava Jato, que começou investigando desvios na
Petrobras, se tornou uma perseguição ao ex-presidente Lula, aceitando ações
capengas e sem provas sobre um apartamento que o ex-presidente aluga e um
terreno que jamais foi pedido ou usado pelo Instituto Lula para justificar uma
perseguição política que tem como objetivo impedir que Lula seja candidato em
2018”. A nota termina reafirmando que o ex-presidente “continuará a se defender
na Justiça”.
Héber
Carvalho
Foto:
Gustavo Bezerra/PTnaCÂmara
http://ptnacamara.org.br/index.php/inicio/noticias-gerais/item/30046-wadih-damous-condena-perseguicao-a-lula-e-destaca-importancia-da-defesa-no-ambito-internacional
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