O
Senado aprovou, em primeira votação, na noite desta terça-feira (29), a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55. A medida prevê o congelamento dos
gastos públicos pelos próximos 20 anos. Foram 61 votos favoráveis e 14
contrários. A sessão durou sete horas.
Enquanto
senadores discursavam no plenário, manifestantes ocuparam o gramado em frente
ao Congresso Nacional e foram duramente reprimidos. A sessão chegou a ser
suspensa pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, por alguns minutos devido
a protestos da presidente da Confederação das Mulheres no Brasil, Gláucia
Morelli. Segundo ela, a PEC busca “entregar o país aos banqueiros” e tirar
recursos da saúde e educação.
Para
o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), foi “um dia vergonhoso para o Senado
Federal”. Enquanto os senadores governistas tentavam aprovar a PEC, o “povo
apanhava”.
“Ainda
veremos muitos, que hoje cerram fileiras ao lado de Temer, arrependidos por
empurrarem o Brasil de volta ao mapa da fome, ao desemprego recorde. O que está
acontecendo aqui é a continuidade do golpe das elites: a PEC expulsa os pobres
do orçamento para garantir os lucros dos rentistas. E tudo isso com as galerias
fechadas, em uma atitude completamente autoritária, e em meio a uma profunda
crise política provocada pelos escândalos de Temer e seus asseclas, envolvidos
até o pescoço em denúncias de corrupção”, declarou o senador.
“Bombas,
gás lacrimogêneo e spray de pimenta foram utilizados. Helicópteros e cavalaria
também foram acionados. Muitas pessoas estão feridas. Lamentável. O que estão
fazendo com nossa democracia? Isso não pode continuar!”, afirmou a senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR).
De
acordo com o texto aprovado, a partir de 2018 e pelos próximos 20 anos, os
gastos federais só poderão aumentar de acordo com a inflação acumulada conforme
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A votação em segundo
turno da PEC está programada para 13 de dezembro.
http://www.revistaforum.com.br/2016/11/30/pec-55-aprovada-no-senado-dia-vergonhoso-diz-oposicao/
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