Os
15 minutos de má fama do ministro Alexandre de Moraes estão chegando ao fim
agora que, depois de cometer várias barbeiragens no governo foi denunciado por
receber 4 milhões de reais de empresa investigada na Operação Acrônimo, por
serviços de advocacia.
Nem
nomeado deveria ter sido, tal a sua má fama enquanto foi secretário de
Segurança Pública de Alckmin em São Paulo, onde ficou conhecido por reprimir
com violência manifestações de estudantes desarmados.
Era
a cara repressora do governo tucano.
Temer
errou ao entregar a Justiça a uma pessoa com esse perfil.
Devido
às circunstâncias em que assumiu o razoável seria mandar mensagem de
pacificação aos brasileiros e não de truculência.
Ainda
mais no ministério da Justiça.
Mas
Temer optou pela segunda.
Conseguiu,
com isso, contaminar seu governo com a fama do ministro e levantar suspeitas de
que ficaria mais à direita do que supunha a vã filosofia.
Talvez
ele tenha adotado o modelo dos porões da ditadura onde os torturadores atuavam
em dupla. Um era o mau e o outro, bonzinho.
Comparado
com o mau, o bonzinho seria ele.
Não
deu certo. Moraes mostrou ser, desde o começo, o ministro que nenhum governo
deseja ter.
Trocou
a sobriedade e liturgia do seu cargo por uma atuação midiática em que seu
physique-du-rol – facilmente identificado com membros do CCC (Comando de Caça
aos Comunistas) ou adeptos de Mussolini – não ajudava em nada.
Louco
por holofotes tentou atrair para si todas as atenções ao anunciar que havia
desbaratado plano terrorista de atentado durante a Olimpíada.
Com
o que em vez de trazer sensação de segurança produziu temores e dúvidas e
afastou uma boa parcela de turistas potenciais.
Mas
não parou por aí. Não resistiu à tentação de passar adiante um segredo da Lava
Jato, antecipando, num final de semana, operação que seria realizada na semana
seguinte.
Voltaram
os comentários de que Temer estaria controlando a Lava Jato. O ministro levou
um pito. A julgar pelo discurso na primeira reunião ministerial após a posse, o
presidente deve ter mandado que escrevesse no quadro negro cem vezes a frase
“nunca mais vou anunciar qualquer coisa sem antes comunicar ao presidente”.
Temer
recebeu de bandeja dois bons motivos para se livrar dele.
A
vitória de João Dória em São Paulo marcou o início da campanha de Alckmin a
presidente da República, do que Temer não deve ter gostado. Nada melhor do que
devolver a Alckmin o presente de grego. Toma que o ministro é teu.
As
relações suspeitas com uma empresa mais suspeita ainda forneceram pretexto
definitivo: tem que sair do governo para ter tempo de se defender das
acusações.
O
governo pode querer tirar o país do “vermelho”, pode até proibir o vermelho,
mas não tem jeito: Temer tem que dar cartão vermelho para um dos baluartes da
batalha contra "os vermelhos".
http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/259459/Cart%C3%A3o-vermelho-para-Alexandre-de-Moraes.htm
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