O
ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, preso temporariamente hoje (26) na 35ª
fase na Operação Lava Jato, chegou às 9h à Superintendência da Polícia Federal,
na capital paulista. Ele foi preso em casa, na região dos Jardins, zona oeste
da capital. Buscas também foram cumpridas em seu escritório.
Ex-assessores
de Palocci foram presos temporariamente na operação. Branislav Kontic foi
levado para a superintendência na capital e Juscelino Dourado, preso em
Campinas, está a caminho de São Paulo. Os três seguem, ao meio-dia, em comboio
para o aeroporto de Congonhas, de onde partem para Curitiba. Além das prisões,
a polícia cumpre mandados de condução coercitiva para cinco pessoas, cujos
nomes não foram divulgados. Duas delas já estão na superintendência e duas não
terão a condução cumprida, uma por motivo de viagem e outra por doença.
O
advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou a prisão de seu cliente,
dizendo que tudo ocorreu de maneira secreta, ao estilo ditadura militar.
“Estamos voltando aos tempos do autoritarismo, da arbitrariedade. Não há
necessidade de prender uma pessoa que tem domicílio certo, que foi duas vezes
ministro, que pode dar todas as informações quando for intimado. É por causa do
espetáculo?”, disse.
E
mais: O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no
Paraná, é alvo de 12 representações que pedem que o CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) investigue se ele cometeu infrações disciplinares no caso.
A
maior parte das ações (nove delas) foi motivada pela interceptação e divulgação
de gravações do ex-presidente Lula pela Lava Jato que atingiram até mesmo a
presidente Dilma Rousseff –outras três tratam de questões gerais da atuação do
juiz.
Os
pedidos de apuração foram apresentados por sindicatos, advogados de várias
partes do país e um vereador ligado ao PT, entre outros.
O
mais recente foi protocolado nesta terça-feira (22) por 14 senadores –três
deles são investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta
participação na Lava Jato: Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hoffman (PT-PR) e
Lindbergh Farias (PT-RJ). Segundo os
congressistas, o CNJ precisa avaliar a atuação de Moro: “A divulgação da mesma
gravação ilegal está feita por determinação escrita do juiz Sergio Moro ao
levantar o sigilo das interceptações tendo ciência não só de sua ilicitude, mas
de que havia nelas diálogos de pessoa com prerrogativa de foro, sendo essa a
presidenta da República”.
A
ação faz duras críticas ao juiz. “É preciso reconhecer que a partir de
determinado momento a Operação Lava Jato passou a ser conduzida de forma
midiática e espetacularizada. O juiz que a conduz mostra-se seduzido pela
‘fama’ e faz um diálogo com o segmento social insatisfeito com o governo
federal não no sentido de esclarecê-lo e acalmar os ânimos, mas ao oposto”,
afirma os senadores.
“Seus
atos tendem a incitar a população à subversão da ordem política e social. E o
grave é que não encontra mais os limites das leis e da Constituição Federal
como parâmetros”, completou.
Pelas
regras do CNJ, que é o órgão com poder para investigar atos de magistrados, a
ministra corregedora Nancy Andrighi faz uma análise inicial de admissibilidade
da representação. Caso entenda que são admissíveis, ela apresenta o caso ao
plenário e propõe abertura de uma investigação que precisa ser votada. Se
aprovada, é nomeado um relator entre os 15 integrantes do Conselho.
Esse
processo disciplinar pode ser arquivado ou levar a diversas penalidades ao juiz
–em último caso, a sua demissão.
A
coluna Painel mostrou nesta terça (22) que a corregedora negou dois pedidos
liminares contra Moro. Um queria o afastamento da função de juiz e outro, a
proibição das divulgações de delações e escutas.
A
ministra pediu que Moro se manifeste sobre os pedidos do Sindicato dos
Advogados da Paraíba e de Antônio de Pádua Pereira Leite em 15 dias.
http://www.thenewsbrazil.com/site/virou-guerra-apos-prisao-de-palocci-hoje-moro-sofre-pressao-e-tem-mais-de-12-pedido-de-afastamento-no-cnj/
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