Sem
maioria no Congresso, assim como Fernando Lugo, ex-presidente do país vizinho,
Dilma foi obrigada a ceder o lugar para o vice decorativo.
Para
consolidar de vez a República de Bananas que é o Brasil, basta agora completar
o serviço: tirar Lula do caminho que leva às eleições de 2018.
Bastou
um apartamento e dois barquinhos para que o ex-presidente fosse denunciado como
comandante máximo de um esquema de corrupção.
Mas,
como tão bem lembrou Dilma sobre seus adversários na Câmara e no Senado, a
biografia de nenhum deles resiste a uma simples pesquisa do Google.
Comecemos
com Antonio Anastasia, relator do processo do impeachment, que já fez uso das
mesmas medidas pelas quais Dilma foi julgada: as pedaladas fiscais. Quando foi
governador de Minas Gerais, entre 2010 e 2014, o tucano movimentou R$ 63,3
bilhões para realizar a manobra — enquanto a petista, na esfera federal,
movimentou R$ 2,5 bilhões.
Michel
Temer, para não falar no processo do Porto de Santos, que o tornou inelegível
por oito anos e que o DCM trouxe à tona com auxílio dos leitores http://migre.me/uZyG1,
também está envolvido até as tampas na Lava Jato.
Foi
citado pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, por ter solicitado R$
1,5 milhão de propina para a campanha de um aliado em 2012. Segundo Machado,
Temer tinha conhecimento de que os recursos fornecidos pela empreiteira Queiroz
Galvão eram ilícitos e que seriam mascarados como doação oficial.
Eduardo
Cunha, comparsa de Temer, tem uma lista extensa de acusações. Foi cassado por
manter contas secretas na Suíça.
É
alvo de sete inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e réu em dois
processos originados da Lava Jato. Entre as acusações, estão o recebimento de
US$ 5 milhões em propina, envolvimento num esquema de corrupção na Caixa
Econômica Federal, a negociação de emendas parlamentares, e por aí vai.
Renan
Calheiros é outro cuja capivara vai daqui a Alagoas. Já foi acusado de
peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e crime ambiental.
Em
2003, usou um avião da FAB para se locomover de Maceió a Porto Alegre apenas
para ver o casamento da filha. Anos mais tarde, seu nome voltou às manchetes
por conta do escândalo envolvendo a jornalista Mônica Veloso, com quem o
senador tem uma filha. Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior,
pagava pensão à Mônica.
Recentemente,
o STF abriu um inquérito para investigar o envolvimento de Renan e de Romero
Jucá na venda de emendas a medidas provisórias relacionadas ao setor
automotivo. Este é o 12º inquérito pelo qual Renan responde, sendo nove deles
oriundos da Lava Jato.
O
Capitão do mato Jucá também é escolado na corrupção.
Na
Operação Zelotes, que investiga um esquema no Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (CARF), é citado por ter recebido R$ 60 milhões junto com
Renan. Jucá também recebeu propinas no âmbito da Lava Jato, de acordo com a
delação de Ricardo Pessoa. Sem contar sua gestão questionável como presidente
da Funai.
O
falso moralista Aécio Neves, tão empenhado em derrubar Dilma após a derrota em
2014, seria, aspas para Sérgio Machado, “o primeiro a ser comido” se o Brasil
se prontificasse realmente a pegar pelas pernas os corruptos, pois, de novo
aspas para Machado, “todos conhecem o seu esquema”.
O
senador e ex-governador de Minas, além de multi-delatado na Lava Jato, responde
por improbidade administrativa em uma ação movida pelo Ministério Público
Estadual.
É
investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da saúde e pelo não cumprimento do
piso constitucional do financiamento do serviço público de saúde de 2003 a
2008, período no qual governou o estado.
A
Lava Jato também revelou que a campanha de José Serra à Presidência, em 2010,
recebeu R$ 23 milhões da empreiteira Odebrecht via caixa dois.
De
acordo com executivos da empresa, uma parte do dinheiro foi entregue no Brasil
e a outra depositada em contas no exterior.
Eliseu
Padilha, braço direito, esquerdo, duas pernas, cérebro e coração de Temer, é
acusado de ordenar um pagamento superfaturado na época do governo FHC, quando
era ministro dos Transportes.
O
extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER) pagou um precatório
de R$ 2,3 milhões, valor estabelecido em decisão extrajudicial. O Ministério
Público, no entanto, avalia que o valor da dívida, referente ao uso de um
prédio por 82 dias, devia ser de R$ 185 mil. Documentos apontam que Padilha foi
o mandante desse pagamento.
Aloysio
Nunes teve seu nome incluído num inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF),
na delação do empreiteiro de Ricardo Pessoa, da UTC.
Cássio
Cunha Lima, um dos mais exaltados no Senado, foi condenado, em 2006, pelo
Tribunal Superior Eleitoral por conta de gastos excessivos em publicidade
quando era governador e disputava a reeleição. Foi cassado em 2009, acusado de
desvios de recursos e compra de votos.
Logo
se vê que a história que a gente aprendeu a ouvir na Paulista de que “primeiro
tiramos Dilma e, depois, tiramos o resto” é mais fantasiosa que conto de fadas.
A
corrupção não é foco, e sim pano de fundo.
O
foco é Lula – com ele fora de combate, tudo voltará a ser como antes na
República dos Bananas.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/lula-precisa-sair-de-vez-do-caminho-para-a-republica-de-bananas-triunfar-por-jose-cassio/
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