Gosto
muito do Jeferson Monteiro e reconheço a maneira com que ele revolucionou a
comunicação na política com sua personagem Dilma Bolada. Entretanto, dentre
milhares de acertos, Jeferson pecou numa analogia, coisa rara se tratando do
publicitário, ao comparar o golpista Michel Temer ao vilão da série Harry
Potter, o Lord Voldemort.
Bom,
essa comparação rendeu ótimos memes como “fora você-sabe-quem”, todavia, como
sou fã do bruxinho mais querido do mundo, acabei sentindo certo incomodo ao ver
o usurpador comparado com o Lorde das Trevas, afinal, Temer é covarde demais
para ser comparado à um vilão tão soberano.
Dentro
as personagens imaginadas por J.K. Rowling acredito que somente uma se enquadra
no perfil do vice decorativo: o animago Pedro Pettigrew, que vive anos na forma
de um roedor na família dos Wealsey, um rato traidor tão medíocre que não
consegue adquirir simpatia nem de um psicopata, pois é sujo e baixo demais para
tal.
Um
vilão, muitas vezes, desperta o interesse e até respeito de seus espectadores.
De certa forma, é até comum admirar características muitas vezes associadas à
antagonistas (por favor, não associem com outro rato, Diogo Mainardi), como a
frieza, a inteligência, a destreza e a perspicácia a ponto de muitos
entretenimentos apostarem em anti-heróis ou mesmo na própria vilania como
centro do enredo (vide o atual Esquadão Suicída).
Mas
com Michel isso não acontece, pois nem mesmo a empatia - um sentimento que devemos
cultivar e praticar no dia a dia - um traidor desse nível consegue cativar.
Aliás, dos milhares de sentimentos que demostramos como seres humanos, de uma
escala que vai da "repulsa total" até a "amor cristão", um
ser tão pequeno como o presidente golpista não consegue passar da marca
"nojo".
Temer
é como o Gollum no Senhor dos Anéis, Efialtes nos 300 de Esparta, as irmãs
invejosas da Cinderela ou Salvatore Tessio do clássico O Poderoso Chefão: um
traidor que todos torcem contra, até adolescente passando pela fase de rebeldia
(na minha fase, eu tinha um apreço enorme pelo Vegeta do Dragon Ball Z).
O
presidente golpista nunca vai ser como Scar, do Rei Leão, capaz de fazer um
discurso épico juntando Hienas e Leões para uma nova era. Não conseguiria sequer
segurar um gato como Ernst Blofeld do 007 (afinal, o felino ia parecer mais
malvado que ele), ser admirado por espalhar o caos como o Coringa e nem mesmo
pode ser comparado a Frank Underwood, da série House of Cards. Temer é fraco e
ordinário demais para ser algum tipo de vilão e, se não fosse a mídia
conveniente e interessada em seu pacote de maldades contra o povo brasiliero,
não sobreviveria um ano a frente da presidência da república (ainda sim, é
arriscado ele não durar).
Nesse
sentido, o encerramento das olimpíadas apenas confirmaram o que todos já
sabiam: que Temer não tem a menor capacidade de se mostrar para o mundo,
tamanha é sua insignificância perante o legado deixado pelo governo popular que
ele assaltou, construído pelo presidente Lula e pela presidenta Dilma Rousseff.
Foi
triste ver um evento vitorioso ser finalizado com tamanho vexame, no qual o
Brasil foi incapaz de apresentar ao mundo o seu chefe de Estado (que estava com
medo de algumas vaias). Além disso, a deselegância e a mal educação que o país
sede apresentou com os próximos anfitriões, os japoneses, será algo que marcará
negativamente toda história dos jogos olímpicos. É como receber um hóspede em
casa, servi-lo com um café frio e um pão de queijo duro e sequer levá-lo até a
porta no fim da visita (aqui em Minas isso é impensável).
Ademais,
ainda mais triste é pensar que boa parte da população brasileira é conivente
com um rato roendo a faixa da presidência por estar altamente contagiada com
ódio e intolerância, criada pela elite mais vira-lata do mundo, e sem pensar
nas mazelas que um covarde como Temer, um traidor desprovido de honra, pode
fazer para colocar em prática os objetivos baixos e mesquinhos da burguesia que
o controla, a verdadeira vilã do nosso contexto.
E
assim segue a vida de um golpista que chega ao poder pela porta de trás e vive
pelas sombras da plutocracia: hora após hora, dia após dia, sempre temendo.
Teme vaias, público e críticas, não tendo coragem sequer de enfrentar o povo
que, supostamente, deveria ser o responsável por escolher o cargo que ele
usurpou.
Temer,
nunca um verbo serviu tão bem como sobrenome.
*
Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
http://www.ocafezinho.com/2016/08/22/temer-o-verbo-que-da-vida-a-um-covarde/
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