A
televisão, ao fundo, vai tocando os vossa-excelência-pra-cá-vossa-excelência-pra-lá
em que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski faz o
papel de Nossa Senhora em certos estabelecimentos de luz fracas e avermelhadas.
Assiste-se
a um julgamento sobre o nada, porque nada há para julgar. Não há crime e isso
ficou claro quando o órgão competente, o Ministério Público, afirmou que não há
operação de crédito no Plano Safra e que
não há sequer parecer do Tribunal de Contas sobre as questões orçamentárias de
2015.
O
que se passa ali é tão somente um circo político, onde uma ambiciosa maioria
alinhada – e aliciada – pelo presidente interino apenas afia a lâmina para a
execução não de Dilma Rousseff, mas da legitimidade de quem recebeu o voto
popular.
Que
a política parlamentar no Brasil é um lixo desprezível, salvo cada vez mais
raras exceções, todos sabemos.
Mas
constrange ver o presidente da corte suprema presidindo um julgamento onde os
próprios acusadores não têm com que sustentar aquilo com que acusam.
Está
ali apenas para zelar que tudo seja formalmente “limpinho”.
Não
é um juiz, apenas um rábula regimentalista.
Mas
correm, apressam-se, agora por umas uma extraordinária razão: entregar a
presidência a Michel Temer é livra-lo, até, de investigação criminal pelas
denúncias de propinagem que estão, de forma fugaz, na imprensa que o apóia.
Francamente,
o balé do golpe é repugnante demais e está além de qualquer discussão séria das
razões apresentadas.
http://www.tijolaco.com.br/blog/porque-nao-estou-cobrindo-o-julgamento-no-senado/
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