É
repulsiva a cobertura da Globonews sobre o julgamento final do Senado sobre o
golpe.
Não
sou masoquista. Não vejo a Globonews porque não aprendo nada sobre jornalismo e
desaprendo sobre caráter.
Mas
fiquei algum tempo ali por razões excepcionais: o julgamento.
Ouviu
alguma coisa estranha? Sou eu vomitando.
Nesta
sexta houve um episódio exemplar.
Renan
e Gleisi tiveram uma treta, como todos sabem.
Gleisi
disse que o Senado não tinha autoridade moral para julgar Dilma, e Renan deu
uma patada nela. Caiu sua máscara - fajutíssima desde cedo, é claro - de
‘magistrado imparcial’.
Como
a Globonews tratou o assunto?
Lewandowski
chamou um intervalo.
O
comando das transmissões voltou à sede da Globonews, no Rio. Eis que a âncora
chama três repórteres presentes em Brasília.
A
primeira era Andreia Sadi, afilhada de Aécio e casada com um primo dele, também
jornalista de política da Globo.
Logo
em seguida, foi Renata Lo Prete. E mais Cristiana Lobo.
As
três, sorridentes, narravam em tom de furo uma conversa com Renan no cafezinho
do Senado. Pareciam amiguinhas no recreio do colégio.
O
furo: Renan disse que recebeu um telefonema de Gleisi depois da encrenca e não
atendeu.
Falo
como jornalista: três repórteres da Globonews para ouvir Renan e ninguém para
ouvir Gleisi?
Claro
que Renan estava se gabando. O subentendido é que Gleisi ligara para pedir
desculpa. Era isso que as três comadres da Globonews procuravam transmitir, para
ajudar a imagem de Renan.
Mas
foi isso mesmo? Gleisi deixou recado? Queria dizer o quê? Mais tarde, ela
reafirmou, num dos grandes momentos desta fase final de julgamento, que o
Senado não tem autoridade para julgar Dilma. Esta a frase que enfureceu Renan.
Mas
repare.
Três
comadrinhas tomando café com Renan e trazendo suas fofocas autocongratulatórias
e ninguém com Gleisi.
Logo
depois, dois compadres se juntariam a elas. Os repórteres Valdo Cruz e Gerson
Camarotti. Formou-se um quinteto, e todos falando a mesma língua pró-Renan e
prógolpe. Nunca tinha visto Valdo Cruz, um jornalista que me pareceu da minha
geração, formada nos anos 1980: mas que repórter patético. A Globo lotou suas
redações de tipos assim, fâmulos dos patrões, gente cuja missão é apenas
defender a plutocracia.
Não
é jornalismo. Ou especificamente: é jornalismo de guerra. Você junta um monte
de pseudojornalistas para enganar o povo.
Não
existe nada remotamente parecido com equilíbrio e isenção. Uma concessão
pública é usada pela família Marinho para promover lavagem cerebral no público
que vê a Globonews.
Ainda
ontem, no Twitter, o jornalista Glenn Grenwald citou as três maiores pragas
brasileiras.
A
primeira delas era a Globo. Vinham depois o PMDB e Gilmar Mendes.
Mas
no topo do pódio, com a medalha de ouro da infâmia pendurada no peito, reinava
a Globo.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/08/o-golpe-e-cobertura-repulsiva-da.html?spref=tw
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