O
"chanceler" José Serra está totalmente desmoralizado - e não é apenas
devido à denúncia vazada na semana passada de que ele teria recebido R$ 23
milhões da Odebrecht para seu Caixa-2 na campanha presidencial em 2010. A
abertura das Olimpíadas também confirmou que o "interino" é um
bravateiro - para não dizer mentiroso. Ele havia garantido que 45 chefes de
Estado participariam da solenidade no Rio de Janeiro. Na verdade, só
compareceram 18 líderes mundiais, o que confirma o isolamento internacional do
covil golpista de Michel Temer e o descrédito do tucano. A informação foi
revelada pelo Estadão, mas não ganhou as manchetes da mídia chapa-branca.
Segundo
relato do jornalista Jamil Chade, "o Itamaraty havia anunciado que 45
chefes-de-estado e de governo estariam na abertura dos Jogos Olímpicos, na
noite desta sexta-feira. Mas uma lista obtida pelo Estado revela que o número
total foi de apenas 18, sendo que os demais eram apenas vice-primeiros
ministros, governadores e autoridades de segundo escalão. A reportagem do
Estado foi a única a entrar nos camarotes presidenciais e constatou como muitos
dos locais VIPs permaneceram vazios, enquanto ministros e autoridades
circulavam sem qualquer compromisso. Alguns deles ainda tiveram tempo para
abrir freezers para escolher sorvetes ou conversar sobre as apostas de
medalhas".
O vexame
internacional
Apesar
dos notórios vínculos do jornal da famiglia Mesquita com o tucano José Serra, a
reportagem não teve como esconder o fiasco do "chanceler" golpista.
"Depois de Londres em 2012 receber mais de 90 chefes-de-estado, de Pequim
ter mais de 70, de Atenas com 48 e de Sidnei com 24, a Rio-2016 acabou sendo
prejudicada pelo caráter interino do governo brasileiro, da crise e, segundo o
Itamaraty, pela 'distância' que representa a viagem até o país". Estiveram
no Maracanã apenas os governantes de Andorra, Argentina, Bélgica, Eslováquia,
Fiji, França, Geórgia, Holanda, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Monaco,
Paraguai, Portugal, República Tcheca Servia e Suíça.
"A
lista se contrasta com o que o governo anunciava ainda em maio de que tinha
mais de 50 pessoas confirmadas e que esperava chegar a 70 convidados VIPs. A ausência
era nitidamente notada nos corredores internos do estádio, vazios e com comida,
funcionários e seguranças sobrando". O vexame, porém, ainda foi maior,
segundo o relato de Jamil Chade: "O governo brasileiro tentou convidar os
poucos líderes a ficar no principal camarote, ao lado de Michel Temer,
presidente interino. Sem sucesso, o local foi preenchido por diversos ministros
do governo e autoridades municipais e do governo do estado. Antes mesmo de
terminar o evento e logo depois do desfile da delegação da França, o presidente
François Hollande deixou o Maracanã, à francesa".
A política
vira-lata do Itamaraty
A
medíocre presença na Rio-2016 não tem nada a ver com a "distância do
país", segundo a canhestra desculpa do Itamaraty. Na prática, ela revela o
total isolamento do covil de Michel Temer. A mídia internacional, que não está
tão contaminada pelo golpismo da imprensa nativa, já carimbou na testa do Judas
que ele é resultado de um golpe - na definição de um jornal português, ele
usurpou o poder graças a uma "assembleia de bandidos, liderada por um
bandido", numa referência a Eduardo Cunha. As manipulações da imprensa
nativa, tentando naturalizar o "golpe dos corruptos", não convenceram
os chefes de Estado de outras nações. Nem Barack Obama, interessado direto na
conspiração vende-pátria, ligou para parabenizar Michel Temer ou recebeu o
capacho José Serra em sua visita aos EUA.
Para
agravar o isolamento, o "chanceler" bravateiro ainda comprou brigas
com importantes parceiros do Brasil. Ele é um dos expoentes na tentativa de
sabotar o Mercosul - o que explica por que somente o golpista paraguaio e o
neoliberal argentino vieram ao Rio de Janeiro. José Serra também se indispôs
com as potencias capitalistas. Irritadiço, ele chamou de "bobagem homérica"
o relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico) divulgado em julho, que apontou as dificuldades do covil golpista de
Michel Temer. "A recessão profunda deve continuar em 2016 e 2017 com um
cenário de alta incerteza política e de revelações correntes de corrupção que
minam a confiança dos consumidores e investidores, o que leva à contração
contínua da demanda doméstica".
A
mídia brasileira, totalmente engajada no esforço para criar um clima de
"otimismo" na gestão do Judas Michel Temer, não deu qualquer destaque
para o documento. Já a imprensa europeia, menos contaminada pelo golpismo,
repercutiu as conclusões do relatório da OCDE e não poupou críticas à postura
arrogante e intempestiva do "chanceler interino". O falso diplomata
chegou a bater boca com jornalistas durante uma entrevista coletiva em Paris.
Pouco antes, ele foi recebido aos gritos de "Fora Serra" e
"golpista" por um grupo de manifestantes em frente ao prédio da OCDE
na capital francesa.
Deputados
dos EUA rejeitam o golpe
A
rejeição ao "golpe dos corruptos" tem se alastrado pelo mundo. No
final de julho, 39 deputados dos EUA divulgaram carta aberta "para
expressar a nossa profunda preocupação com os acontecimentos recentes no
Brasil, que acreditamos ameaçar as instituições democráticas daquele
país". Endereçada ao secretário de Estado John Kerry, o documento pede que
ele tenha a "máxima cautela" nos contatos com "interino"
Michel Temer. "O nosso governo deveria expressar forte preocupação em
relação às circunstâncias em torno do processo de impeachment e fazer um
chamado à proteção da democracia constitucional e do Estado de Direito no
Brasil". A carta teve a adesão de mais de 20 entidades civis, entre elas
da poderosa central sindical AFL-CIO, que possuí mais de 12 milhões de
filiados.
Já
uma pesquisa divulgada pelo Jornal do Brasil atesta que "a imagem do
governo Michel Temer está ruim na mídia mundial. Embora a tese de golpe
associada ao impeachment da presidente Dilma tenha diminuído, pesaria contra
ele a percepção de um governo tolerante com a corrupção. O fato da Lava-Jato
ter solicitado a prisão da cúpula do partido de Temer - o PMDB - seria um dos
pontos que pesam na pesquisa... Nem a realização das Olimpíadas teria ajudado a
melhorar esta imagem". Pelo jeito, o irritadiço José Serra terá muito
trabalho para reverter essa visão. A generosidade da mídia nativa não será
suficiente para convencer o mundo sobre a justeza do "golpe dos
corruptos" no Brasil.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/08/mundo-isola-temer-nas-olimpiadas.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário