Dirigentes
da Central Única dos Trabalhadores (CUT) articularam, em uma reunião realizada
nesta quinta-feira 18 com o ex-presidente Lula, que haverá uma grande
mobilização nacional no dia 29 de agosto, quando ocorrerá a votação final do
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado.
"O
cenário que temos no Senado é diferente do cenário na Câmara. Em abril, a
opinião pública apoiava o golpe. Hoje, houve um entendimento de que o golpe
aprofundou a crise política e econômica no Brasil", disse o presidente da
CUT, Vagner Freitas, no encontro. "Não vamos nos calar. Iremos tomar as
ruas de Brasília dia 29 de agosto, exigindo que os senadores não votem pelo
golpe", reforçou.
A
convocatória foi reforçada pela vice-presidente da entidade, Carmen Foro.
"Aqui está quem cerrou fileiras nos últimos meses em defesa da democracia.
O próximo período, companheiras e companheiros, será de guerra. Estou falando
da guerra em defesa dos nossos direitos, que estão sendo atacados, e a guerra
que será as eleições nos municípios", afirmou. A central sindical e outros
movimentos organizaram recentemente diversos atos contra a retirada de direitos
pelo governo interino.
Segundo
informações da CUT, durante a reunião, realizada em Guarulhos (SP), Lula
criticou a cobertura que um setor da imprensa faz do julgamento de impeachment.
"É
inadmissível que a Dilma, presidenta da República, faça agendas pelo País e a
imprensa ignore completamente. Eles estão deixando a Dilma anônima. Esse
bloqueio é imposto pelos donos desses meios de comunicação, que são
responsáveis pelo golpe. A internet é a única possibilidade que a gente tem de
furar a grande mídia".
Para
Lula, as medidas tomadas pelo governo interino provocaram problemas que não
enfrentávamos "há muitos anos". "Nós voltamos a ter reajuste
salarial abaixo da inflação. Nós voltamos a ver sindicatos fazendo acordos para
preservar emprego", disse. O ex-presidente também falou da entrega do
pré-sal para empresas estrangeiras, como defende o novo presidente da Petrobras
e o governo Temer.
"Qualquer
governante que ache que precisa vender o patrimônio público para superar a
crise, não sabe governar. Agora, eles querem entregar o pré-sal. Logo o
pré-sal, que é a maior descoberta de reserva de petróleo no século XXI. Vejam,
o que os EUA fizeram assim que descobrimos o pré-sal? Eles colocaram em
funcionamento a 4º Frota da Marinha no Atlântico. Desde então, eles estão de
olho no petróleo e ficaram muito contrariados quando aprovamos a
partilha", disse.
Por
fim, Lula lembrou as
conquistas da classe trabalhadora durante os governos petistas e enviou um
recado "para as elites". "O País elegeu um metalúrgico e uma
mulher para a presidência. Nossas medidas começaram a incomodar a parte de cima
da sociedade, já que os de baixo subiram um degrau. Nosso recado para as elites
é que gostamos do andar de cima e vamos lutar para continuar no andar de
cima", disse.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/250752/CUT-ir%C3%A1-%C3%A0s-ruas-no-dia-do-julgamento-de-Dilma.htm
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