Para
médico do Hospital do Servidor David Braga Júnior, cortes no SUS e propostas de
alteração no modelo de gestão mostram "má-fé, má intenção e
ignorância" do governo Temer
'Saúde
não é negócio, não é comércio nem mercadoria', disse o médico
“Que
o (ministro interino da Saúde) Ricardo Barros tenha sucesso vendendo plano de saúde
em outro lugar, não no SUS”, afirma o médico do Hospital do Servidor Público
Estadual (HSPE) de São Paulo David Braga Júnior. Especialista em políticas
públicas na área da Saúde, o médico concedeu entrevista à Rádio Brasil Atual,
na qual apontou "má-fé, má intenção e ignorância de um governo provisório
e um ministro provisório", sobre propostas de mudanças no SUS, que
circulam pelo Legislativo, por iniciativa do governo provisório.
Entre
outras polêmicas, Braga não possui formação em Medicina e defendeu a criação de
"planos de saúde populares", o que mostra sua posição contrária ao
que determina a Constituição, que é o empenho do Estado pela universalização do
Sistema Único de Saúde (SUS). "Para começar, o SUS não é assistência
médica", explicou Braga Júnior. "O SUS atua em desembarque de navios,
vacinações coletivas e aeroportos, não é uma assistência barata", observa.
O
médico rechaça a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que prevê o corte
de R$ 12 bilhões da Saúde. "Saúde não é negócio, comércio nem mercadoria.
Não pode ser modificada por alguém que está na pasta de forma transitória. Isso
demorou 40 anos para ser construído. Não devem discutir gastos como se fosse
igual a custo e ao preço (...) O Brasil envelhece rapidamente e não tem doença
barata para atender idoso", diz.
"Tem
que trabalhar, mesmo que se discuta de forma rasteira, gasto, custo e preço. O
gasto não pode ser superior à capacidade de sustentação da economia, mas nós
temos a sétima economia do mundo. Essa história de que não tem dinheiro é
porque querem a transferência dos recursos da saúde para os mercantilistas da
saúde privada, visando ao lucro. Da mesma forma como querem dinheiro dos bancos
públicos nas mãos dos bancos privados", afirmou.
Por
Redação RBA
http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2016/07/querem-a-transferencia-dos-recursos-da-saude-para-os-mercantilistas-diz-medico-3619.html
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