Em entrevista à Intercept,
Luciana Chong do Datafolha insistiu que foi a Folha, e não o instituto de
pesquisa, quem estabeleceu as perguntas a serem colocadas. Ela reconheceu o
aspecto enganoso na afirmação de que 3% dos brasileiros querem novas eleições
“já que essa pergunta não foi feita aos entrevistados”. Luciana Schong também
conta que qualquer análise desses dados que alegue que 50% dos brasileiros
querem Temer como presidente seriam imprecisos, sem a informação de que as
opções de resposta estavam limitadas a apenas duas.
No fim de abril, a
organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou seu ranking anual de
liberdade de imprensa e o Brasil caiu para a 104ª posição, em parte devido à
“propriedade dos meios de comunicação continuar concentrada nas mãos de
famílias dominantes vinculadas à classe política”. Mais especificamente, o
grupo observou que “de forma pouco velada, a mídia nacional dominante encorajou
o povo a ajudar a derrubar a Presidente Dilma Rousseff” e “os jornalistas que
trabalham nesses grupos midiáticos estão evidentemente sujeitos à influência de
interesses privados e partidários, e esses conflitos de interesse permanentes
são obviamente prejudiciais à qualidade do jornalismo produzido”.
Uma coisa é a mídia
plutocrática brasileira incentivar e incitar abertamente a queda de um governo
democraticamente eleito. De acordo com a RSF, esse comportamento representa uma
ameaça direta à democracia e à liberdade de imprensa. Mas é muito diferente
testemunhar a fabricação de manchetes e narrativas falsas insinuando que uma
grande parte do país apoia o indivíduo que tomou o poder de forma
antidemocrática, quando isso não é verdade.
ATUALIZAÇÃO (quinta-feira):
Novas evidências surgiram mostrando que a fraude jornalística da Folha foi
ainda pior do que pensávamos quando esse artigo foi publicado. A Folha
respondeu a este artigo através de uma notícia. Leia aqui nosso artigo sobre
estes novos eventos.
https://theintercept.com/2016/07/20/folha-comete-fraude-jornalistica-com...
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