Janaína
Paschoal não é apenas desequilibrada e reacionária. Ela é também inepta.
A
peça de acusação contra Dilma, centrada nas chamadas pedaladas, se revelou uma
portentosa miséria. O PSDB poderia pedir de volta os 45 mil reais que pagou a
ela.
Sequer
golpistas levam agora a sério o trabalho de Janaína. Isso ficou especialmente
claro quando a senadora Rose de Freitas, líder do governo Temer no Congresso,
negou as pedaladas atribuídas a Dilma.
Antes
dela, o ministro Gilmar Mendes, o conhecido Toga Falante, dissera uma coisa
parecida numa viagem à Suécia. Um estudo do Senado desmentiu também as
pedaladas. Diante das novas circunstâncias, um juiz do TCU que falava horrores
das alegadas pedaladas de Dilma voltou atrás e agora diz que elas não são
importantes.
Vê-se
agora que o PSDB aceitou qualquer coisa para iniciar o processo de impeachment.
Não houve sequer o cuidado de preservar as aparências. A intenção de lesar a
democracia era a única motivação dos golpistas.
Não
fosse isso, alguém entre os tucanos teria verificado o conteúdo do projeto
apresentado por Janaína e devolvido. Faça algo melhor, teriam dito a ela.
A
peça de Janaína simboliza a esculhambação generalizada que é o golpe de 2016.
Nem as aparências foram preservadas.
O
golpe é, a esta altura, uma piada.
Até
as marchas “contra a corrupção” não resistem a um olhar retrospectivo.
Corruptos que participaram das manifestações acabaram presos em quantidade
copiosa por roubalheiras variadas.
Políticos
que apoiaram ostensivamente os protestos estão enredados até o pescoço na Lava
Jato. O exemplo mais vistoso é o de Aécio Neves. Quem não se lembra dos vídeos
convocatórios que ele gravou antes que viessem à luz, pelos delatores, seus
esquemas?
Num
caso recente, um picareta que fraudou a Lei Rouanet para lucrar com casamentos
era um implacável militante anticorrupção que clamava nas redes sociais a morte
de Lula, o “Nove Dedos”.
O
projeto de Janaína, repito, simboliza a palhaçada. A única coisa que rivaliza
com ele é a sessão da Câmara que admitiu o impeachment, sob o comando de
Eduardo Cunha.
Cunha,
em si, é outro elemento cômico na trama. Jamais serão esquecidas suas
declarações de inocência mesmo diante de provas esmagadoras. Era como se ele
estivesse gritando indignado aos brasileiros: “Vocês vão acreditar nos suíços
ou em mim?”
Mas
a pedra fundamental do golpe paraguaio é mesmo o parecer de Janaína. Ela
pretendeu incriminar Dilma, mas acabou atirando contra si própria. Hoje, é
vista como uma jurista incompetente — e careira. Dificilmente alguém lhe
encomendará um novo trabalho por 45 mil reais.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-tempo-deixou-clara-a-brutal-incompetencia-de-janaina-como-jurista-por-paulo-nogueira/
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