O
que há de diferente nas gravações comprometedoras de Romero Jucá e Delcídio do
Amaral?
A
de Jucá é incomparavelmente mais grave e comprometedora.
Delcídio
queria obter uma liberdade condicional para Nestor Cerveró, a fim de que ele
não fizesse ou fosse econômico numa delação premiada para, depois, ajuda-lo a
fugir.
Por
maior que fosse o crime, ele se circunscreve em “cantar” ministros do Supremo
para libertarem um homem e, assim, evitar as acusações que ele pudesse fazer a
alguns, em especial ao próprio Delcídio.
Jucá
diz ter feito o mesmo “diálogo” que Delcídio diz que fez ou arranjou que se
fizesse, com ministros.
Mas
não foi para soltar um acusado, foi para dar um golpe de Estado que livrasse
todos os acusados ou investigados do PMDB e do PSDB que estão na fila.
E
para que o furor moralizante se contentasse com os que já abocanhou e os
mastigasse.
Jucá
disse claramente que era preciso fazer com que Dilma caísse para que parasse
tudo.
Tem
que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá, um dos articuladores
do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária “uma coisa
política e rápida”.(…)
Jucá
acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto
nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “aí parava tudo”. “É.
Delimitava onde está, pronto”, respondeu Jucá, a respeito das investigações.
O
senador relatou ainda que havia mantido conversas com “ministros do Supremo”,
os quais não nominou. Na versão de Jucá ao aliado, eles teriam relacionado a
saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela
continuidade das investigações da Lava Jato.
Jucá
afirmou que tem “poucos caras ali [no STF]” ao quais não tem acesso e um deles
seria o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, a quem
classificou de “um cara fechado”.
Portanto,
só quem ficou de fora, nas palavras de Jucá, foi Teori. O resto dos ministros
está sob suspeitas (para não dizer que alguns “sob certeza”) de que estavam na
tramóia.
O
STF levou uma bofetada.
É
como se dissessem que o Excelentíssimo Dr. Ministro é um fdp.
O
que vai fazer, solicitar à Procuradoria que “vá lá em casa e veja o que mamãe
anda fazendo?”
Os
ministros que não estiverem nessa trampa vão aceitar este conceito?
Não
há desculpa para uma reação minimamente diferente da que tiveram com Delcídio,
onde o processo se atropelou e mandaram prender em flagrante, porque havia, no
plano, a “continuidade delitiva”.
E
o plano do golpe, não está em pleno curso?
Como
é que Ricardo Levandowski vai presidir o julgamento de Dilma no Senado se Jucá
não o excluiu da lista dos que teriam topado o “pacto para frear a Lava Jato”
onde está?
Se
a bancada do PT não fosse molóide, estaria protocolando agora um requerimento
na Comissão de Ética do Senado, porque a declaração foi dada com Jucá exercendo
o cargo de Senador, antes de virar ministro.
Se
é que vai continuar, porque Temer talvez não possa resistir à pressão para
largar seu aliado na beira da estrada.
Se
não o fizer, e já, estará assumindo quase que formalmente o que todo mundo sabe
que fazia: agir em conluio do Romero Jucá para derrubar o Governo.
Jucá
revelou os intestinos dos arranjos das tais “instituições”.
E
o conteúdo deles corresponde ao continente.
http://www.tijolaco.com.br/blog/o-supremo-levou-uma-bofetada-de-juca-ou-o-prende-ou-esta-enterrado-no-golpe/
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